Não sei se vocês já notaram, mas ele é um garoto um tanto malvado. Diverte-se com a possibilidade de matar piratas. É um perfeito tirano com os meninos perdidos. Ama Wendy, mas não confessa. Pede para contar histórias suas para se gabar e ser louvado. Esquece as coisas que poderiam fazer as pessoas felizes se ele se lembrasse, mas é amado por todo o Nunca.
O final do livro de James Barrie é de uma poesia sem par e termina com a mesma expressão que a Carlota usou para falar de si:
"Quando você olha para Wendy, você pode ver seu cabelo ficando branco, e ela ficando pequena de novo, por tudo isso ter acontecido há muito tempo. Jane é agora uma adulta comum, com sua filha chamada Margaret; e em toda faxina da primavera, exceto quando ele se esquece, Peter vem para Margaret e a leva para a Terra do Nunca, onde ela conta histórias sobre ele para ele, as quais ouve ansiosamente. Quando Maragret crescer, vai ter uma filha, que deverá ser a mãe de Peter por sua vez; e assim continuará sendo, enquanto as crianças forem alegres e inocentes e sem coração."
Uma tradutora do livro aqui no Brasil não gostou desse final e o modificou. Achou demais cruel, depois de tanta aventura, dizer que as crianças são sem coração. Então, deu-se a permissão para terminar assim:
"... e assim continuará sendo, enquando as crianças forem alegres e inocentes e de coração leve."
Leve como as bolhas que já muito soltamos, não é palhaços?
Até a próxima faxina de primavera!
PS.: Não sentem uma certa vontade de voar depois de colocar o nariz para voltar a ser pequeno e não mais crescer - por alguns instantes. Nuncalândia, Palhaçolândia... para chegar a elas eu sempre senti que era só ir direto na primeira ou segunda estrela que aparecer ao norte ou ao sul, sempre em frente.
Allan Denyzard