Hoje a visita poderia ter sido do Manuel, o menino que se diverte com um aperto de mão mega-ultra-hiper-moderno (tapa, murro, cotovelada, bundada, e volta ao início); Poderia ter sido do Vítor, o menino quieto, um tanto emburrado, que se mostrou o maior fazedor de bolas de sabão do universo (tchram!!); Poderia ter sido da Luana, banana, montana, ou tantos outros nomes que ela me falou; Poderia ter sido da Diana, a menina que se empolga com o tambor e toca que parece gente; Poderia ter sido da Gabriela, menina gasguita, das calças amarelas, que grita que só ela, corre feito uma gazela, e que tem um gato com nariz vermelho que não é um PALHAAAAAÇO ("É só um gato, palhaço BURRO"), ou poderia ter sido do Francisco wesley, que eu ainda não sei se o Francisco tá em cima ou se é o Wesley que está embaixo; ou até poderia ter sido o DIA DAS MÃES (coisa que essa palhaça que vos fala só lembrou quando viu um coração enorme na pediatria), mas não hoje não foi o dia de nenhum deles...
Hoje foi o dia de Marília!!!
(Recapitulando)
Antes visita haviam feito um pedido (ou dado uma ordem): "Visitem a Marília!" A resposta, um NÃO, mas o pedido foi explicado e na cabeça surgiram várias ?????? "Tá, a gente visita, mas vou fazer o que?"
(recapitulando II)
A Marília tem uma história difícil. Marília não resposndeu em nenhuma das visitas, nenhum contato, nenhuma resposta. Marília não interage, Marília se isolou do mundo pois o mundo se mostrou pra ela com sua face ruim. Mundo ruim de se viver, nada bom de se conhecer. E talvez no seu estado de catatonia, no seu mundo (só dela) paralelo, ela encontre algo melhor. Até onde eu sei, Marília teve sua vida mudada logo as 13-14-15 anos. Cedo ela teve que encarar o lado ruim da vida. Perdeu a mãe, pelas mãos do pai. perdendo assim o pai também. E logo hoje, no dia das mães, a visita foi dela. (irônico, não?)
Talvez tenha sido mais fácil 9foi mais fácil) por ela já estar desperta. Um caminho apareceu, caminho que através da música (que alguns chamam apenas de barulho), danças malucas e palhaças surtadas fez aparecer "um sorriso", uma interação. Dança que fez entrar na dança, Sorriso que tirou sorrisos, abraço que ganhou um abraço (eu ganhei um abraço, e o dia, e o mês, e um monte de coisa pra pensar). E olhares, troca de olhares...significam tanto né?
No fim?
O dia foi dela, não podia ser diferente, mas ainda é difícil falar de Marília, é difícil falar alguém que já sofreu tanto. Alguém que por sofrer se isola e "ao se isolar" é "obrigada" a lembrar e quando lembra...sofre. Jamais vou conseguir entender a dor de Marília e talvez por isso seja tão difícil e contraditório falar de felicidade ao ver a reação num rosto de alguém que perdeu tudo.
É uma benção poder proporcionar um minuto, um momento de algo bom a alguém que tá tentando esquecer tudo.
Será que por alguem segundo ela esqueceu? Vou sempre me perguntar isso.
O que fica?
Uma lição de vida, e uma dúvida: será que ela quer sair do mundo que ela criou pra enfrentar esse mundo que nem sempre é feito de maquiagem ou balões? esse mundo que principalmente pra ela não foi tão belo assim?
Será?
...
É, podem ter sido ditos vários "feliz dia das mães, dos pais, dos filhos, dos tios, dos palhaços, de tudo que é coisa", mas definitivamente o certo é "Feliz dia de Marília"...é, dia de Marília.