sábado, 3 de dezembro de 2011

Sob as mãos do Menyno Jesus

Olhos quase fechando esses meus. É madrugada, mas meus dedos - inquietos.

Houve natal antes do tempo no Y. E uma homenagem especial a quem ainda não tinha tido, e merecia ter.

As lyderanças nesse projeto se sucedem, as pessoas passam – diz o cantor – mas o amor fica.

A Rebys assumiu um papel cheia de medo. Se ela soubesse o quanto ele foi meu lado-a-lado. E fez ela, logo de início, o que o medo da gente faz com a gente: deixar e querer que muita gente fale pela gente.

E deu certo! Obtivemos um depoimento lindo, para além dos membros efetivos. Algo que mostrando que nossa mensagem transborda, sim, transborda.

E, hoje, em pleno natal antecipado ela deixa falar as vozes das gentes sobre uma gente muito especial.

- Lá ia imaginar que a menina ia crescer! Lá ia eu ver que ela ia se tornar tão gente!

No buliço das gentes, na correria do povo, na dificuldade dela de falar coração, se esconde entre cambotas, pernas tortas, juízo torto. Sorri boba, fala alto, apressada, irritada. Implica com a outra, odeia e ama, briga e se diverte.

Eu lá pensei que eu ia deixar o que pensar. Mas, não fui eu, não fui.

Eu lá pensei que ela ia crescer tanto assim.

O Y cresce para mim toda vez que uma tolice é defendida feito um ideal. É que as pessoas se esquecem que a vida é pequenina, do tamanho de um graveto, pisada todo tempo, pelo buliço das gentes, na correria do tempo.

Um dia foram querer mudar de sala, porque a que tinha era muito apertada e a família aumentava. Mas, ela fechou a voz, na cara irritada, que ama e odeia, que branca!, e se esquece que não sabe falar coração:

- A gente não pode sair do aperto, que aconchega, que aperta as gentes e faz a gente parar para se ver como a gente é mesmo. Mesmo que suados, e constritos, esmagados na vida-graveto. Somos irmãos!

Ah, Carlynha! Quem sou eu, menino sempre, para falar de você, menina. Sou eu menino, é você menina, não importará quantos pacientes veja, e veja morrer, e viver, e reviver.


Há uma pequenina mão que acolhe a gente sempre quando nosso dedo a toca. Mãozinha pequena, do tamanho de um graveto. Menor do que o coração dela. Aquela mãozinha do menino sagrado, do menino que parou todas as gentes, que corriam tanto, que suavam tanto, sem saber para onde. Até estrela parou para vê-lo. Toca a mãozinha no rosto bem quente daqueles que choram, daqueles que sofrem...

Menino sagrado
Teu peito é inflado
Com bolhinhas de amor

Teu sopro é leve
Teu dedinho, suave
Faz tanto lembrar
O Deus que te criou

Criou você, menininho santo!
Que chora e protege,
Que ama as dores,
Perdoa os horrores
Desse mundo de dor. 

Você falou de mim e de minha amada, menina. Da minha loucura, e da maior loucura dela por me querer bem. Mas, você ficou louca, e não foi minha culpa, por ter escolhido viver assim. Pintada nos cantos, escondida de amor.

É disco arranhado e todos sabem bem, que depois de tudo que viveu, o dedo do menininho já tocou o teu peito, e queimou sem volta. Uma cicatriz que sangra quente, para você nunca esquecer dessa moça que é. Moça-menina que olha pro outro, e sente, sente lá no fundo, que ainda tem fé, 

Que é maior que o mundo, 
O amor tão profundo 
Que, de fato, você quer.

Segue em paz! Mas, fica com a gente. Pra sempre!