Uma terceira fase se avizinhava. Sentia-se no ar o cheiro da chuva. Quando começasse a cair o sereno, previa-se que os palhaços colocariam seus narizes de fora da janela de cada lugar e dançariam no asfalto. Olhando-se mutuamente, perceberiam que estavam menos sós do que se imaginava. Por Deus, não sou o único nessa alegria! Alguns mais desajeitados, outros mais centrados, alguns quietos, outros esgoelados.
A essa terceira fase, que pode ser chamada de "dançando na chuva", mas que também pode ser chamada de "Eu Jane, e você? Tarzan!", ou ainda "coalescência" (essência de coala?), combinamos de chamar coerência externa.
Esse é um dos marcos históricos do projeto. Já havia acontecido uma vez. Mas, sinto que ontem caiu mais profundo no coração das pessoas. No meio da chuva, não se entendia se a maquiagem derretendo era pelas gotas do céu ou do coração.
Vejam bem o que está acontecendo. Estamos a um passo de sair de nossas ilhas. Não é para se exibir e dizer o quanto somos demais (é o que a publicação de um artigo ou a apresentação de um trabalho em um congresso tenta fazer), mas para se conhecer no outro, quase se perder, se igualar, sem se confundir.
Yncontro - perdoe-nos grafar com Y, não queremos toda essa magia em nossa cartola - Encontros! É que nosso teclado é tendencyoso.
Assim ficará nos livros:
Cedo da manhã de um domingo, no dia vinte e oito de abril de dois mil e treze da graça (que graça!) de Nosso Senhor, alguns palhaços visitadores de gente sofrida se visitaram, choveram uns sobre os outros. Saíram molhados, pingando, encharcados, expandidos, alargados, maiores do que pensavam ser, não porque fossem mais grandes, mas porque perceberam ser mais que um.