Aos poucos, no entanto, o jaleco vermelho foi me ensinando a gostar mais do branco. Acho que em algum momento o meu frescar com a medicina se tornou brincar com a medicina. E pouco depois disso, como se já estivéssemos acostumados a dar as mãos para rodar em ciranda, eu e a medicina acabamos ficando de mãos dadas, de vez.
Hoje, por conta do tempo, visto o jaleco vermelho cada vez menos. Hoje, por conta do tempo, visto o jaleco branco cada vez mais. Mas hoje, também por conta do tempo, eu aprendi a amar profundamente os dois jalecos. E já não há tanto peso. Já não há tanta angústia. E se também não há tanta correria, tanto esconde-esconde e tanta piada sem graça, ainda sobram as mãos dadas, em ciranda, com esta minha grande e outrora improvável amiga.
O Dr Caju me ensinou a ser o Dr Mayko. E hoje, não importa o quanto eu tente lavar, o meu jaleco branco pra sempre vai estar um pouco manchado de vermelho.
Um só. Que na verdade eram dois. ou dois, mas que na verdade eram um só. A essa altura já não da pra saber. |