Das tampinhas que se tampam
A Tampinha é a mais tapada
Branquinha de Tapioca
Feita a tapas e aos tropeços
Tampinha sai do berço
Reza um terço de gargalo e gargalhada
Ô, Tampinha! Fininha como uma Tahinha
Vai, Tampinha Tapioca,
De cabeça oca e coração alegre,
Arranca da minha pança uma dança
Do meu queijo um beijo.
Isso! não diz nada...
Fica assim calada
Que eu te amo mesmo tampada!
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007
Dr. Acerola
O Dr. Acerola chegou e, como de costume, quiseram fazer dele suco. E ele assustado. E os promissores assassinos rindo.
O susto e o medo foram os sentimentos que mais nos travaram no começo de nossa atividade de palhaços no hospital. A imagem de eles fazerem suco de nós é bem o que pensávamos que poderia acontecer. Moer-nos de críticas. Liquidificar nossos ideais. Fazer um coquetel de indiferença. Trágico! Foi bem o contrário que aconteceu, ainda que a ameaça de pegar o Dr. Acerola para fazer dele suco tenha surgido e se perpetuado. Se nos leitos o jogo já não rola, dê uma olhada no corredor que estarão tentando pegar o palhaço para fazerem suco de acerola. (...)
sábado, 24 de fevereiro de 2007
pa pa do pa da pa do pa do ....!
“Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero."
Álvaro de Campos, 22-5-1916
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
" Só uma vida vivida em função dos outros vale a pena" - Albert Einsten
" ... Enchi a minha barriga, enchi a minha barriga, enchi a minha barriga de rapadura e pudim ;p ! ... "
** versão de "I hope you a Merry Christmas" by Dr. Jamelão, Dr. Cenôra e Dra. Marmota !**
Foto tirada na nossa visita de Natal do ano passado 'a UTi de crianças com amiotrofia espinhal do Hospital Albert Sabin !
Esse sorriso inesquecível é do Anjinho Gabriel ... precisa falar mais alguma coisa ?!
ps: Essa visita foi realizada no dia 23 de dezembro, o Gabriel há vários dias não recebia visitas de nenhum familiar . As enfermeiras disseram não ter nem notícias da mãe do menino ... como abandonar uma criança dessas ?
** versão de "I hope you a Merry Christmas" by Dr. Jamelão, Dr. Cenôra e Dra. Marmota !**
Foto tirada na nossa visita de Natal do ano passado 'a UTi de crianças com amiotrofia espinhal do Hospital Albert Sabin !
Esse sorriso inesquecível é do Anjinho Gabriel ... precisa falar mais alguma coisa ?!
ps: Essa visita foi realizada no dia 23 de dezembro, o Gabriel há vários dias não recebia visitas de nenhum familiar . As enfermeiras disseram não ter nem notícias da mãe do menino ... como abandonar uma criança dessas ?
domingo, 11 de fevereiro de 2007
A Lyenda
Permitam-me, senhores, que eu vos conte sobre determinadas entidades que começam a surgir em nossa cidade. Reza a lenda que sempre existiram, mas nunca se revelaram. Estava como que a fazer ocultas solidariedade pelos cantos em que não eram reconhecidas e tão pouco divulgadas.
Estranha marca as acompanha: um Y tatuado em suas testas por forças divinas. Digo assim, porque nenhuma mão humana poderia tatuar com tanta excelência aquela letra em tão suave tom de dourado cintilante.
O vento que as trouxe, trouxe também parte dessa história. Diz o sopro da noite em que apareceram que o Y é uma marca de todos os seres humanos indistintamente. Assim, todas as crianças o tem. Com o passar do tempo, máscaras e máscaras são aceitas pelos pequenos em sua difícil jornada de crescimento. Para sobreviver na sociedade, tem de esconder o sinal de nascença. Por que esconder algo tão belo?
Parece que essa conduta vem de há muitos séculos na história de nossa civilização. O Estado Natural em que vivíamos, sem muitas necessidades e ambições, deixava que o Y frontal se revelasse desde o nascimento até a morte. Com o tempo, as sociedades foram se constituindo, as ambições aumentando, e os vícios tomando conta das atitudes dos que antes eram mais fraternos. As máscaras de convenções foram sendo forjadas e se moldando no rosto de cada um como forma de proteção contra o egoísmo do outro. Embora continuassem a viver juntos, partilhando o mesmo espaço, cada um começa a construir seu ninho e a expulsar, revelada ou disfarçadamente, os indesejáveis. Nessa malfadada sina em que a marcha do orgulho e do egoísmo levantava a poeira da discórdia, o Y, tão nítido no princípio da criação, começa a ser velado e a perder o brilho.
Conta-se ainda a história de vários seres que tentaram reacender a chama em Y. Eram mulheres e homens que tinham de mover céu e terra, mar e fogo, suor e sangue contra um povo que rejeitava a dura verdade de que teriam se perdido no labirinto da desumanidade. Esses gênios da ysperança tentaram reverter de tal forma a agonia social promovida pela indiferença e pelas separações que acabavam sendo considerados subversivos e, não raras vezes, mortos de formas cruéis. Um deles, de participação memorável, ensinou as práticas de um Reino Y de amor e carydade com tal afinco e coragem que acabou por ser morto em um Y de braços quebrados. Morrera em um T.
Embora as palavras em Y tenham conseguido vencer o tempo e tenham feito mártires, muitos dos que diziam ser Y, não faziam mais do que quebrar cada vez mais Y, transformando em T. Eram os hipócritas que de Y nada entendiam. Tanto era a falta da compreensão dessa letra inata ao ser humano que até mesmo aqueles que defendiam o Y em sua maior pureza eram perseguidos pelos que se diziam detentores da verdade Ypsiloniana.
O Y, embora tenha tido momentos de revivificação de sua luz, voltava a ser banido da conduta humana por aqueles que nunca o entenderam. As perseguições físicas ou ideológicas aos pueris Ypsilonianos verdadeiros culminaram na necessidade de praticar as condutas Y em segredo.
Os tempos são outros. E eis que surgem das sombras dos clowns um punhado de jovens que teimam em falar a língua do Y, há tanto tempo rejeitada dos círculos acadêmicos. Para deixar o Y da fronte transparecer, descobriram eles a técnica de tirar a maioria das máscaras, colocando aquela que é considerada a menor máscara do mundo: um nariz vermelho. Quem não entende o Y, não vê o Y.
Aviso-lhes logo, que a visão do Y não é privilégio desses palhaços. Ela está nos pequenos, está nos simples, está nos alegres, está nos misericordiosos, está até naquele verdureiro da feira do dia de sexta que deixa o olho brilhar quando vê as piruetas de alguns augustos e brancos que percorrem a rua sem medo e felizes.
Estranha marca as acompanha: um Y tatuado em suas testas por forças divinas. Digo assim, porque nenhuma mão humana poderia tatuar com tanta excelência aquela letra em tão suave tom de dourado cintilante.
O vento que as trouxe, trouxe também parte dessa história. Diz o sopro da noite em que apareceram que o Y é uma marca de todos os seres humanos indistintamente. Assim, todas as crianças o tem. Com o passar do tempo, máscaras e máscaras são aceitas pelos pequenos em sua difícil jornada de crescimento. Para sobreviver na sociedade, tem de esconder o sinal de nascença. Por que esconder algo tão belo?
Parece que essa conduta vem de há muitos séculos na história de nossa civilização. O Estado Natural em que vivíamos, sem muitas necessidades e ambições, deixava que o Y frontal se revelasse desde o nascimento até a morte. Com o tempo, as sociedades foram se constituindo, as ambições aumentando, e os vícios tomando conta das atitudes dos que antes eram mais fraternos. As máscaras de convenções foram sendo forjadas e se moldando no rosto de cada um como forma de proteção contra o egoísmo do outro. Embora continuassem a viver juntos, partilhando o mesmo espaço, cada um começa a construir seu ninho e a expulsar, revelada ou disfarçadamente, os indesejáveis. Nessa malfadada sina em que a marcha do orgulho e do egoísmo levantava a poeira da discórdia, o Y, tão nítido no princípio da criação, começa a ser velado e a perder o brilho.
Conta-se ainda a história de vários seres que tentaram reacender a chama em Y. Eram mulheres e homens que tinham de mover céu e terra, mar e fogo, suor e sangue contra um povo que rejeitava a dura verdade de que teriam se perdido no labirinto da desumanidade. Esses gênios da ysperança tentaram reverter de tal forma a agonia social promovida pela indiferença e pelas separações que acabavam sendo considerados subversivos e, não raras vezes, mortos de formas cruéis. Um deles, de participação memorável, ensinou as práticas de um Reino Y de amor e carydade com tal afinco e coragem que acabou por ser morto em um Y de braços quebrados. Morrera em um T.
Embora as palavras em Y tenham conseguido vencer o tempo e tenham feito mártires, muitos dos que diziam ser Y, não faziam mais do que quebrar cada vez mais Y, transformando em T. Eram os hipócritas que de Y nada entendiam. Tanto era a falta da compreensão dessa letra inata ao ser humano que até mesmo aqueles que defendiam o Y em sua maior pureza eram perseguidos pelos que se diziam detentores da verdade Ypsiloniana.
O Y, embora tenha tido momentos de revivificação de sua luz, voltava a ser banido da conduta humana por aqueles que nunca o entenderam. As perseguições físicas ou ideológicas aos pueris Ypsilonianos verdadeiros culminaram na necessidade de praticar as condutas Y em segredo.
Os tempos são outros. E eis que surgem das sombras dos clowns um punhado de jovens que teimam em falar a língua do Y, há tanto tempo rejeitada dos círculos acadêmicos. Para deixar o Y da fronte transparecer, descobriram eles a técnica de tirar a maioria das máscaras, colocando aquela que é considerada a menor máscara do mundo: um nariz vermelho. Quem não entende o Y, não vê o Y.
Aviso-lhes logo, que a visão do Y não é privilégio desses palhaços. Ela está nos pequenos, está nos simples, está nos alegres, está nos misericordiosos, está até naquele verdureiro da feira do dia de sexta que deixa o olho brilhar quando vê as piruetas de alguns augustos e brancos que percorrem a rua sem medo e felizes.
sábado, 10 de fevereiro de 2007
Inaugurando...
'As bolas de sabão que esta criança
Se entretém a largar de uma palhinha
São translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,
Amiga dos olhos como as coisas.
São aquilo que são
Com uma precisão redondinha e aérea,
E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
Pretende que elas são mais do que parecem ser.' (Fernando Pessoa)
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