Quase que não está dando pra visitar nas quartas-feiras. Normal desculpa para nós, não é mesmo? Cada vez que os semestres vão passando, o nosso tempo parece encurtar e os dias parecem menores. Às vezes dá vontade de desistir e de deixar de fazer o que a gente gosta só pra não ficar tudo tão atrasado. Mas hoje percebi o quanto uma visita renova! Depois de três semanas sem ter tempo de visitar, entrei na sala Y e tava a Marmotinha, a Metidinha e a Fulô quase prontas! Minha reação foi pedir pra elas esperarem, queria ir também!! Me arrumei rápido, a roupa da Lalita é fácil de vestir. Não é que dessa vez a sobrancelha não borrou? Só o cabelo que tava mais curto que o normal, e o João Lalinha tava mais menino que menina! Não tinha rosa no cabelo, nem maquiagem que desse jeito! Mas na verdade nunca teve jeito de deixar a Lalita menos João Lalinha, ela é assim..
A Dra. Fulô não queria ir. No meio do caminho parou e disse que não queria ir. Mas por quê? Não sei até agora, cada um tem seus motivos. Acabou indo, depois das Payaças insistirem, ainda bem, acho que tinha alguém esperando por ela.
No caminho, a platéia de sempre estava na frente do hospital, esperando. Esperando, esperando, esperando. Todos os futuros pacientes sentadinhos, velhos, novos, criança, adulto, bigodudos, gordinhos! Gente de todo jeito. Sabe, estou quase convencida que eles esperam mesmo é algum palhaço desorientado passar. Coitadinhos!
Na Pediatria, alguém chama: Ei, palhaço!! A Lalita olha assustada e pergunta: Que palhaço? Num tô vendo palhaço aqui! Tu tá vendo, Marmota?
A Marmota procura com o patinho amarelo na mão, sem achar nenhum palhaço perto. Epa!! Escutei algum palhaço, Marmota!! Tá vindo de dentro dela!! A Marmota vai pra pertinho da menininha que viu os palhaços e fica procurando perto dela com o patinho, e a Taís ria que ria!! Cada riso era um vestígio para a procura do palhaço escondido dentro dela. E olhe que a gente procurou muito e esse danado não aparecia! Marmota!! Ausculta ela com o telescópio pra ouvir melhor, pode ser que vc encontre mais rápido!! A Marmotinha tira o estetoscópio vermelho de dentro do jaleco e tenta escutar..mas nada!
O telescópio, então, virou um telefone que a Lalita testava, pensando que tava quebrado: Alô?? Alô?? Taís você ta me ouvindo??
Tô siiiiim!
Taís?? Tá me ouvindo, Taís?? Fala mais alto!!!
Eu tô falando altoo!!!
Taís!!
Pruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum!!
Que foi isso Taís?? Foi um pum?? Fuum!! Que pôde!! Pára de rir!! Né tu que tá cheirando, né!! Alô??
Prruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum!!
A Lalita, não agüentando o pum transmitido telefonicamente pela Taís, foi pegar uma máscara. Quando tentou botar no rosto, o nariz atrapalhou e vrum! A mascara subiu e tapou seus olhos!!! Marmota!!! Me salva!! Tô vendo nada!! Que foi isso!! E a Lalita, com os braços pra frente e olhos tampados, andava no corredor da Pediatria sob a orientação da Dra. Marmota. Ela fazia a Lalinha bater em todas as paredes! Foi quando começou um monte de abelha beliscar a PaYaça!! Nossa nossa!! Quanta abelha!! Dava pra ouvir os risinhos das crianças beliscando a Doutora!! E o enxame de abelhas foi ficando cada vez maior, até as Payaças se esbarrarem e cairem no chão!!
Foi então que consegui enxergar. Pedi pra uma das crianças sentadas no corredor para amarrar direitinho a máscara, mas ela amarrou muito frouxo! Vaila!! Uma tanga de biquíni!! A mascara virou uma tanga de biquíni!! Será que cabe em mim? Queria tanto ir pra praia!! Era uma mini-tanga. Ofereci a tanguinha pra minha ajudante e disse pra ela botar muito protetor solar, porque a tanga num tampa nada e queima tudo no sol!
Quando estávamos indo embora, achei a Dr. Fulô de máscara, conversando com um velho amigo, num quarto que tinha isolamento. Ele era imunossuprimido. Mas quem disse esse nome estranho foi a Médica dele, na visita passada. A Fulô descobriu que era mentira, que o nome dele verdadeiro era outro, muito mais bonito! Eles conversavam como velhos amigos.
“Eu já o conhecia, apesar de não saber o seu nome. Ele já estava internado no hospital há bastante tempo e sempre foi um garoto esperto, cheio de energia. Ele brincava por todo o corredor, correndo atrás de nós, inventando jogos e mais jogos, e sempre com seu abdome globoso, elevado, indicando que havia algo errado com seu corpo.Ficamos tristes tb ao ver q ele queria brincar, mas ñ podia.”
Ele podia sim, Fulo, ele podia brincar e tava muito feliz com vc!! Nayan, vc percebe como as coisas são? Como as coisas q têm q ser são? Tinha alguém esperando por você.
A hora do parto chegou, íamos voltar pra Palhaçolândia. No corredor da saída, três crianças foram com a gente, até o final, e não queria voltar pros leitos. Falei que, se eles não voltassem, iam dar bronca nos palhaços e não iam mais deixar a gente visitar! O Diego, um dos besouros que atacou a Dra. Lalita, segurou a mão das outras duas meninas e olhou pra mim. Não precisou dizer nada! Ele garantiu a volta dos palhaços, ele queria isso, e foi maravilhoso perceber que éramos bem vindos.
A gente sempre volta, fica tranqüilo tá, Diego!?
A Dra. Fulô não queria ir. No meio do caminho parou e disse que não queria ir. Mas por quê? Não sei até agora, cada um tem seus motivos. Acabou indo, depois das Payaças insistirem, ainda bem, acho que tinha alguém esperando por ela.
No caminho, a platéia de sempre estava na frente do hospital, esperando. Esperando, esperando, esperando. Todos os futuros pacientes sentadinhos, velhos, novos, criança, adulto, bigodudos, gordinhos! Gente de todo jeito. Sabe, estou quase convencida que eles esperam mesmo é algum palhaço desorientado passar. Coitadinhos!
Na Pediatria, alguém chama: Ei, palhaço!! A Lalita olha assustada e pergunta: Que palhaço? Num tô vendo palhaço aqui! Tu tá vendo, Marmota?
A Marmota procura com o patinho amarelo na mão, sem achar nenhum palhaço perto. Epa!! Escutei algum palhaço, Marmota!! Tá vindo de dentro dela!! A Marmota vai pra pertinho da menininha que viu os palhaços e fica procurando perto dela com o patinho, e a Taís ria que ria!! Cada riso era um vestígio para a procura do palhaço escondido dentro dela. E olhe que a gente procurou muito e esse danado não aparecia! Marmota!! Ausculta ela com o telescópio pra ouvir melhor, pode ser que vc encontre mais rápido!! A Marmotinha tira o estetoscópio vermelho de dentro do jaleco e tenta escutar..mas nada!
O telescópio, então, virou um telefone que a Lalita testava, pensando que tava quebrado: Alô?? Alô?? Taís você ta me ouvindo??
Tô siiiiim!
Taís?? Tá me ouvindo, Taís?? Fala mais alto!!!
Eu tô falando altoo!!!
Taís!!
Pruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum!!
Que foi isso Taís?? Foi um pum?? Fuum!! Que pôde!! Pára de rir!! Né tu que tá cheirando, né!! Alô??
Prruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum!!
A Lalita, não agüentando o pum transmitido telefonicamente pela Taís, foi pegar uma máscara. Quando tentou botar no rosto, o nariz atrapalhou e vrum! A mascara subiu e tapou seus olhos!!! Marmota!!! Me salva!! Tô vendo nada!! Que foi isso!! E a Lalita, com os braços pra frente e olhos tampados, andava no corredor da Pediatria sob a orientação da Dra. Marmota. Ela fazia a Lalinha bater em todas as paredes! Foi quando começou um monte de abelha beliscar a PaYaça!! Nossa nossa!! Quanta abelha!! Dava pra ouvir os risinhos das crianças beliscando a Doutora!! E o enxame de abelhas foi ficando cada vez maior, até as Payaças se esbarrarem e cairem no chão!!
Foi então que consegui enxergar. Pedi pra uma das crianças sentadas no corredor para amarrar direitinho a máscara, mas ela amarrou muito frouxo! Vaila!! Uma tanga de biquíni!! A mascara virou uma tanga de biquíni!! Será que cabe em mim? Queria tanto ir pra praia!! Era uma mini-tanga. Ofereci a tanguinha pra minha ajudante e disse pra ela botar muito protetor solar, porque a tanga num tampa nada e queima tudo no sol!
Quando estávamos indo embora, achei a Dr. Fulô de máscara, conversando com um velho amigo, num quarto que tinha isolamento. Ele era imunossuprimido. Mas quem disse esse nome estranho foi a Médica dele, na visita passada. A Fulô descobriu que era mentira, que o nome dele verdadeiro era outro, muito mais bonito! Eles conversavam como velhos amigos.
“Eu já o conhecia, apesar de não saber o seu nome. Ele já estava internado no hospital há bastante tempo e sempre foi um garoto esperto, cheio de energia. Ele brincava por todo o corredor, correndo atrás de nós, inventando jogos e mais jogos, e sempre com seu abdome globoso, elevado, indicando que havia algo errado com seu corpo.Ficamos tristes tb ao ver q ele queria brincar, mas ñ podia.”
Ele podia sim, Fulo, ele podia brincar e tava muito feliz com vc!! Nayan, vc percebe como as coisas são? Como as coisas q têm q ser são? Tinha alguém esperando por você.
A hora do parto chegou, íamos voltar pra Palhaçolândia. No corredor da saída, três crianças foram com a gente, até o final, e não queria voltar pros leitos. Falei que, se eles não voltassem, iam dar bronca nos palhaços e não iam mais deixar a gente visitar! O Diego, um dos besouros que atacou a Dra. Lalita, segurou a mão das outras duas meninas e olhou pra mim. Não precisou dizer nada! Ele garantiu a volta dos palhaços, ele queria isso, e foi maravilhoso perceber que éramos bem vindos.
A gente sempre volta, fica tranqüilo tá, Diego!?
7 comentários:
Sempre tem um motivo né?
Cada visita se torna mágica, único.
Ah...é tão bom tudo isso sabe =D
Lindo, lindo lindo!
Menynos e menynas,
Cada vez que o tempo passa
ficamos mesmo mais cheios de
responsabilidades,trabalhos prá entregar,exames para prestar,
contas para pagar,etc.Mas não se assustem não.A vida continua boa e valendo à pena, principalmente se
naõ deixarmos de lado o mais importante e o que realmente faz diferença na vida de cada um de nós e na de cada outro que vive em nós.
Vivo de orgulho pelo trabalho que vcs desenvolvem no Y. Juro, queria eu ser aluna hoje prá estar vestida de palhaço feito vcs doando tanto amor e dedicação do jeito que vejo vcs fazerem. MAs quando cada um de vcs não estiverem mais no Y, ou porque concluiram o curso ou por outros motivos, cada um de vcs do jeito que sei que cada um é:GENTE que é muito GENTE, gente que é AMOR no mais puro significado da palavra, sei que vcs vão sempre estar sendo Y, seja lá que especialidade vcs abraçarem, seja lá que posto político vcs alcançarem.Tenha tanta certeza disso como do amor que sinto por vcs e da certeza que coisa boas sempre podem acontecer.
Ei "pedaço de mim" sou eu,
a prof. Fátima, ou melhor prá vcs a Prof. Fátyma, tão Y quanto vcs,rsrsrs.
Bjs
Ow, Laine! Vc me fez chorar...
Eu tenho mesmo vivido uma fase de tribulação, e isso tem-me deixado confusa! São tantas coisas pra fazer, q eu me sinto meio roubada de mim mesma, sem saber discernir quais são minhas verdadeiras vontades. Tudo (até o q me dá prazer e me faz feliz) tem-se tornado obrigação, e isso me consome. Foi isso o q aconteceu na visita. Eu queria ir, mas meu corpo tava cansado,ele tava me pedindo pra ficar ou até mesmo ir pra casa e dormir. Vira um conflito dentro de mim, entende?
Mas o teu relato trouxe poesia ao meu desânimo, trouxe esperança,trouxe confirmação de q nada é por acaso. O comentário da Dra Fátima tb trouxe vida, pois me fez lembrar de q a vontade de amar e de me doar faz parte do meu ser, não depende do que eu faço, mas do que eu sou (não é Júnior? :) ). Tenho certeza de que agora vou olhar as coisas com mais paz. "Deus tem cuidado de mim", e vcs são reflexo do Seu amor na minha vida.
Viva o Y, q nele o amor seja a lei (não é Aullan? :))!!!!!!!
Amo vcs!
EmocYonada ;~~~~
esse dia foi mto especial p mim ... assim como a visita p o icc de sexta ... assim como sao especiais cada visita, mesmo qd eu to exausta , com dor de cabeça (tenho ficado mto assim ne danel ?!) , irritada, impaciente'(nayanzita vc naum sente esse desanimo sozinha!) ... pq layne , as coisas realmente naum acontecem por acaso e deus tem cuidado da gente nos fazendo renovar nossas forças em cada Yncontro desses ... sabe o q é senti arrepios várYos várYos inexplicavelmente ? e uma paz sabe ... obrYgada LaYne, LaLYta e E MetYdinha por essa vYSyta ! :***
layne mto linda a forma como vc expressou o momento poético q a gente viveu ! aullan q se cuide ! :o)
Por que haveria eu de me cuidar, Gaby, se Deus é que está cuidando de nós, né Nayan?
...
Esse Grande Outro que me faz tão Eu refletido em quem não sou, quando me dou tanto assim!
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