segunda-feira, 21 de abril de 2008

Brincante

Brincava já grande
com as crianças

Até sobrevir as rodas
Quando
então
passou a brincar de roda



Mas
se foram os braços
E se meteu a brincar de guia
Era guiado o tempo todo
por um bando de moleques

E sorria!



A roda acabou
Lhe tiraram as rodas

E teve de parar

Inventaram de inventar nova brincadeira
Que era a dos olhos

Seus olhos eram detetives sem par

Abertos. Fechados. Abertos

Comandavam
os moleques
a dançar



Ficando depois cego
Teve medo de ficar
sozinho
Mas
quão grande alegria
Não deve ter ele sentido
Quando
todo desprevinido
Sentiu milhões de toques vizinhos
!



Morreu
então
o bricante

- Enfim e sem pressa -

E como se esperassem algo
Sentados
passaram a bater palmas
Para uma alma que girava

De pernas saltitantes e braços soltos

Olhos fulgurantes
e
tronco mamulengo

A brincar e brincar

Levando ao delírio
um bocado de moleques.

Allan Denizard

3 comentários:

Anônimo disse...

Vc já sabe como essa poesia me tocou.

Mas não custa nada reafirmar aquY em públYco: AmeeeeeeeeeeY!

=*

Loh disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

"A vida é uma caixinha de surpresa..."

\o/



lindo=]