sábado, 15 de agosto de 2009

visYta Sabin (a primeYra!)

Deixem-me contar um poquinho...
Primeiro foi o maior rebuliço aqui em casa pra eu ir p poder visYtar hj, pq com o meu pé quebrado eu n podia dirigir. Pois é...deu certo!
O PÉ Quebrado...quando eu cheguei lá foi a primeira coisa q a Lorena disse: vão te machucar!!! Ai eu me armei com o super martelo verde para me proteger daquelas crianças talvez demoniacas. Amarrei o TAZ na minha bota e fui.
A gente se maqueou numa sala apertadinha e lembraram que esqueceram os LENÇOS UMEDECIDOS! (iamos ser palhaços p sempre!). Ai então a gente se vestiu e maqueou nessa sala, botamos nossos narizes e fomos à luta (e eu tava preparado mesmo, p proteger meu pé =D).
Eu ouvi o allan dizer que quando a gente coloca o nariz de palhaço a gente vira o Dr Palhaço e não sai mais dele. Eu não sabia como era possível, mas como o allan mesmo disse: não pense... aja! E fizemos isso! Cutucamos todo mundo que passava, brincamos com todas a crianças que não choraram e até um pouco com as que choravam. Um menininho, o roberto, chorou e depois disse q fingiu q chorou p gente n ir embora (ótimo ator ele). As acompanhantes também eram muito receptivas, sempre participando das brincadeiras, a maioria.
Subimos a rampa correndo e gritando (na verdade eu subi pulando ;) ) e quando chegamos la em cima fizemos desfile, que começou pelos doutores palhaços e depois teve adesão das temidas por mim CRIANÇAS! Nessa altura do campeonato eu não sabia mais nem onde estava o supermartelo verde, as crianças nem perceberam q eu tinha bota para chutarem...
A visYta foi ótima! O chefinho chamou a gente perto de meio-dia. Então a gente fez o caminho de volta para a salinha apertadinha, mas com a diferença de que foi bem mais demorada a volta, pq a gente não tava mais perdido e preocupado em achar o caminho e brincou mais (ou nao! hehehehe). Nessa hora ai a gente tava mais solto do que nunca. Teve concurso do soletrando, teve dança até o chão e mais desfile de modelos com as ultimas tendencias verdes e azuis das passarelas de Paris.
No fim de tudo voltamos para sala! E CADÊ O LENÇO UMEDECIDO?!!! descobriram uma técnica nova para retirar a maquiagem: primeiro passa o sabão no rosto seco e depois que passa agua que a maquiagem sai! O problema eh q isso arde o olho! Maaaas se precisasse meus olhos iriam arder todo fim de visita, pq essa foi umas das melhores experiências da minha vida! E eu QUERO MAIS! Eu espero sinceramente passar muitos e muitos anos nesse projeto tão bonito! O divertimento daquelas crianças, a certeza de que nós estávamos fazendo algo de bom para elas, só faz a nossa vontade e a nossa empolgação crescer!
Tá... já escrevi mto! Alguém conta mais ai! ;)
E o Danel que me espere pra gente fazer juntos essa melhor visYta de todos os tempos na quarta-feira, porque eu tô no gás! =D (apesar de eu n ter mtos parâmetros p comparar se foi a melhor de todos os tempos!)
Mas simbora nessa! =o)

sábado, 8 de agosto de 2009

Rytual de Inyciação




Todos os integrantes do Y passaram, ao entrar, por um ritual de ynycyação que também era preparação para que eles reconhecessem o eu-palhaço.

Esses rituais são ofycynas de arte que nos introduzem aos princípios do palhaço, seu grande corpo, seus muitos sentidos, seu exagero de linguagem, seu gritante silêncio.

Um dos exercícios que mais causa estranhamento é a interação com um objeto morto. Pedimos para que cada integrante na sua vez vá lá na frente de todos e interaja com um objeto, por exemplo, o clássico copo.

O grande segredo da interação não é a invenção de histórias com o objeto, mas a subjugação hipnótica por parte do objeto a que a pessoa se submete. Entende? Devemos praticar uma interação tão intensa que a pessoa se sinta copo!

Claro que esse segredo nós revelamos aos poucos, na medida em que as interações vão se sucedendo sem êxito, ou com êxitos esparsos. Até porque esse segredo é difícil de passar com linguagem compreensível de primeira. Quando um dos novos integrantes replicou:

- Mas, o copo está parado!

Dissemos:

- Isso! Esplêndido! Você entendeu!

Teatro do absurdo? Não. Com o tempo conseguimos entender que interagir com o copo é um mar aberto que nos ajuda a entender o outro e com ele viver na vida dele. O palhaço, especialmente o de hospital, nos ajuda a penetrar naquela vida adiante, não forçando nada que não seja movimento da própria vida dela. Isso dá mais vida a vida que se nos apresenta doída de tanto ser cortada.

Ouvimos nessa última oficina a profunda frase de uma jovem que disse:
- Eu não posso morrer, porque minha mãe me ama!

Percebam que não há um nexo lógico racional nessa frase. Todos podemos morrer. Independente de sermos amados ou não. A morte é um evento inevitável. E ainda os ícones de nossas religiões, vou me reportar ao maior deles aqui pelo ocidente, morreu antes de ressuscitar. Sua ressurreição não teria sido tão importante se ele antes não tivesse morrido. Isso é óbvio! A relação entre a morte e o amor é outra. Sempre procuramos a salvação desse desfecho. Ou quase sempre. É um arquétipo humano os seres imortais. E entre as muitas tentativas filosóficas de nos livrarem do medo da morte, a resposta mais cativante foi a promessa de permanecermos vivos nos olhos de quem nos ama. Uma promessa algo tola, mas de uma fortaleza grandiosa – até o momento que se quebra.

Na paixão, sentimos plenos na vivência do amor, e essa plenitude é imortalidade. Instantânea. A pior das misérias é a vida intensa que desfrutamos no amor-paixão. Porque extremamente instável, mas de um gosto de “eterno retorno”. Por mais que nos faça sofrer, não há quem resista a tentação de repetir.

Eis os olhos maternos que imortalizam os filhos no seu amor.

E o copo? Se praticássemos a liberdade de nos deixar ser conduzidos pelo copo, nos passos que ele dança enquanto o descobrimos, perceberíamos, enfim, que há nosso reflexo agigantado no seu corpo. Ser o copo nos traz de volta ao contato da natureza que é tudo que nos circunda e é nossa também, a nossa própria.
E o amor?

Pergunte para a menyna que chorou com a rachadura no seu copo que carregava desde os dois anos, tão logo largou o peito da mãe. Esse texto é uma homenagem ao copo dela, que tinha mais vida do que muito ser vivente, em seu coração.