Minha intenção com este relato seria fazer com que as pessoas que o irão ler pudessem sentir pelo menos um pouco de toda a emoção que sinto quando estou fazendo visita. Mas acredito que meu poder de descrição não é bom o suficiente pra traduzir toda a magia de ser livre quando se está no palhaço e de ver nossa liberdade gerando sorrisos em rostinhos tão puros, tão inocentes, mas tão sofridos...
A visita de hoje foi feita pela Dra Fulô, Dra Marmota, Dra Mentirinha e também pelo Daniel, que foi um grande companheiro, mesmo não estando como Dr Cenoura. Ah! A pressa (como quase sempre) também nos acompanhava. Pense numa chata!
O caminho em direção às enfermarias da cirurgia foi novo... Pra mim, o caminho é fundamental. Ele nos prepara para a missão.
Nele, encontramos amigos que, ao mesmo tempo em que reconheciam a pessoa comum por trás do palhaço, mostravam sorrisos admirados conosco. Encontramos tb gente q parece desprezar nossa presença (ainda bem que esses são poucos!). No caminho, teve elevador travado por causa da imprudência da Fulô, falta de ar quando o nariz da Marmota se escondeu atrás da cabeça dela (ufa! Ainda bem q a Mentirinha conseguiu fazer a operação de recolocação de nariz com sucesso!), teve até as calças da Fulô caindo (ô bicha lesada, nã!). E teve tb, como sempre, os olhares dos pacientes adultos que estavam nos leitos enquanto passávamos pelo corredor. Quem dera a pressa não estivesse conosco e nos deixasse conhecer a cada um deles! São adultos, mas sofrem como crianças (ou até mais)...
Finalmente, chegamos ao nosso destino: a enfermaria onde estavam as crianças. Lá estavam o Welyngton (nosso anjYnho, todo cheio de manchas e feridas na pele, com a cabeça enfaixada devido à cirurgia q fez da retirada de um olho), a Andressa (q não podia falar por causa da cirurgia na garganta), o Ítalo (q tava na cadeira de rodas) e uma outra criança pequenininha cujo nome não sei, pois só sei do seu belo olhar, cheio de vida e de expressão. Um deles tinha mancha e não tinha um olho, outro não falava, outro mal podia se mexer... Quem olha por cima pensa q eu tô valorizando as enfermidades deles. Mas, ao contrário, a minha intenção é torná-las desprezíveis diante da maneira como testemunhei a imensa vitalidade de seus corações, de suas reações, de seus desejos, de suas emoções, de suas capacidades e habilidades.
O Welyngton, como já diziam o ysilonianos mais antigos, consegue fazer com que os palhaços sejam um só com ele. É uma comunhão. Primeiro, ele demonstra muita felicidade ao nos ver, aperta nossas mãos com toda força que ele tem, a qual (na verdade) não é muito grande, mas que é intensificada pelo palhaço (“Ai minha mão! Meus dedos tão quebrando! Ai, ai, ai...”). Depois, ele nos alerta quanto aos buracos existentes no chão da sala. Pra não cair tem q pisar na linha. “Mas é difícil de se equilibrar” – dizem as palhaças. “Eu te seguro. Me dá tua mão.” – ele respondia. E, com a sua grande força pequena, ele não deixava que caíssemos.
A pobre da Mentirinha, coitada, ficava com sono quando a musiquinha tocava... Aí, ela foi traída pelas suas próprias companheiras da Palhaçolândya! Tcs, tcs, tcs... Coisa feia, hein, Dras Fulô e Marmota? “Ah! Fazer o q se o Welyngton queria dar injeção de pum na boca da Mentirinha enquanto ela dormia? O jeito foi ajudar... :)”
Quando a Mentirinha se recuperou “da trama q foi tramada” contra ela, perdoou tudo e carregou o Welyngton nos seus pés; a Fulô tentou carregar a Marmota nos pés tb, mas não deu (pense numa criatura pesada!).
Mentirinha e Fulô foram falar com a Andressa. Mas a Andressa não falava... Então, as palhaças não podiam falar tb... Tinha q ser comunicação corporal. A verdade é q a Andressa se comunicava mais com o olhar. A mãe dela se divertia muito.
Aí, o Welyngton quis ser fotógrafo. Pegou o celular do Daniel e tirou foto de todos nós. Todo mundo adorou. Todos disseram X com muito gosto (devia ser Y, né?). O Ítalo e sua mãe foram muito solícitos, a Andressa tb gostou de posar, e a avó do Welyngton deixou até q a Fulô tirasse foto sentada no colo dela.
A pressa fez com q a Mentirinha fosse embora mais cedo. Mas a Marmota e a Fulô ficaram ainda um bom pedaço. Enquanto a Marmota tentava convencer a Andressa a tomar muito “combustível gelado” (pq fazia bem pra garganta dela), conversava com o Ítalo e cantava o ♫Padapadó♫ pra ele com a ajuda do Junin (Palhaço Maluco, q apareceu por lá de Dr de verdade), a Fulô era quebrada e remendada o tempo todo pelo Welyngton (e o Daniel bem q o ajudou a maltratar a pobrezinha da Fulôzinha... Snif!).
Na hora da despedida, todos perguntavam se eles iriam voltar logo. “Amanhã vcs vêm de novo?” Era duro dizer pras mães e, principalmente pras crianças, q talvez não, q talvez só na outra semana. Mas o melhor, pra Fulô e pra Nayan, foi ganhar o abraço do Welyngton, foi tão sincero...
Na volta à sala Y, Gabriela, Daniel e Nayan estavam com os corações repletos de amor e de sensibilidade, e com as cabeças cheias de experiências novas, ainda meio confusas, mas que apontavam à conclusão de que nosso trabalho é muito importante, claro que necessitado de muitos aperfeiçoamentos, mas muito importante, pois é preciso q todas as pessoas, não só os palhaços, enxerguem que há muito mais em uma criança do que uma pele manchada, a falta de um olho, uma voz muda ou membros que não se mexem...
A visita de hoje foi feita pela Dra Fulô, Dra Marmota, Dra Mentirinha e também pelo Daniel, que foi um grande companheiro, mesmo não estando como Dr Cenoura. Ah! A pressa (como quase sempre) também nos acompanhava. Pense numa chata!
O caminho em direção às enfermarias da cirurgia foi novo... Pra mim, o caminho é fundamental. Ele nos prepara para a missão.
Nele, encontramos amigos que, ao mesmo tempo em que reconheciam a pessoa comum por trás do palhaço, mostravam sorrisos admirados conosco. Encontramos tb gente q parece desprezar nossa presença (ainda bem que esses são poucos!). No caminho, teve elevador travado por causa da imprudência da Fulô, falta de ar quando o nariz da Marmota se escondeu atrás da cabeça dela (ufa! Ainda bem q a Mentirinha conseguiu fazer a operação de recolocação de nariz com sucesso!), teve até as calças da Fulô caindo (ô bicha lesada, nã!). E teve tb, como sempre, os olhares dos pacientes adultos que estavam nos leitos enquanto passávamos pelo corredor. Quem dera a pressa não estivesse conosco e nos deixasse conhecer a cada um deles! São adultos, mas sofrem como crianças (ou até mais)...
Finalmente, chegamos ao nosso destino: a enfermaria onde estavam as crianças. Lá estavam o Welyngton (nosso anjYnho, todo cheio de manchas e feridas na pele, com a cabeça enfaixada devido à cirurgia q fez da retirada de um olho), a Andressa (q não podia falar por causa da cirurgia na garganta), o Ítalo (q tava na cadeira de rodas) e uma outra criança pequenininha cujo nome não sei, pois só sei do seu belo olhar, cheio de vida e de expressão. Um deles tinha mancha e não tinha um olho, outro não falava, outro mal podia se mexer... Quem olha por cima pensa q eu tô valorizando as enfermidades deles. Mas, ao contrário, a minha intenção é torná-las desprezíveis diante da maneira como testemunhei a imensa vitalidade de seus corações, de suas reações, de seus desejos, de suas emoções, de suas capacidades e habilidades.
O Welyngton, como já diziam o ysilonianos mais antigos, consegue fazer com que os palhaços sejam um só com ele. É uma comunhão. Primeiro, ele demonstra muita felicidade ao nos ver, aperta nossas mãos com toda força que ele tem, a qual (na verdade) não é muito grande, mas que é intensificada pelo palhaço (“Ai minha mão! Meus dedos tão quebrando! Ai, ai, ai...”). Depois, ele nos alerta quanto aos buracos existentes no chão da sala. Pra não cair tem q pisar na linha. “Mas é difícil de se equilibrar” – dizem as palhaças. “Eu te seguro. Me dá tua mão.” – ele respondia. E, com a sua grande força pequena, ele não deixava que caíssemos.
A pobre da Mentirinha, coitada, ficava com sono quando a musiquinha tocava... Aí, ela foi traída pelas suas próprias companheiras da Palhaçolândya! Tcs, tcs, tcs... Coisa feia, hein, Dras Fulô e Marmota? “Ah! Fazer o q se o Welyngton queria dar injeção de pum na boca da Mentirinha enquanto ela dormia? O jeito foi ajudar... :)”
Quando a Mentirinha se recuperou “da trama q foi tramada” contra ela, perdoou tudo e carregou o Welyngton nos seus pés; a Fulô tentou carregar a Marmota nos pés tb, mas não deu (pense numa criatura pesada!).
Mentirinha e Fulô foram falar com a Andressa. Mas a Andressa não falava... Então, as palhaças não podiam falar tb... Tinha q ser comunicação corporal. A verdade é q a Andressa se comunicava mais com o olhar. A mãe dela se divertia muito.
Aí, o Welyngton quis ser fotógrafo. Pegou o celular do Daniel e tirou foto de todos nós. Todo mundo adorou. Todos disseram X com muito gosto (devia ser Y, né?). O Ítalo e sua mãe foram muito solícitos, a Andressa tb gostou de posar, e a avó do Welyngton deixou até q a Fulô tirasse foto sentada no colo dela.
A pressa fez com q a Mentirinha fosse embora mais cedo. Mas a Marmota e a Fulô ficaram ainda um bom pedaço. Enquanto a Marmota tentava convencer a Andressa a tomar muito “combustível gelado” (pq fazia bem pra garganta dela), conversava com o Ítalo e cantava o ♫Padapadó♫ pra ele com a ajuda do Junin (Palhaço Maluco, q apareceu por lá de Dr de verdade), a Fulô era quebrada e remendada o tempo todo pelo Welyngton (e o Daniel bem q o ajudou a maltratar a pobrezinha da Fulôzinha... Snif!).
Na hora da despedida, todos perguntavam se eles iriam voltar logo. “Amanhã vcs vêm de novo?” Era duro dizer pras mães e, principalmente pras crianças, q talvez não, q talvez só na outra semana. Mas o melhor, pra Fulô e pra Nayan, foi ganhar o abraço do Welyngton, foi tão sincero...
Na volta à sala Y, Gabriela, Daniel e Nayan estavam com os corações repletos de amor e de sensibilidade, e com as cabeças cheias de experiências novas, ainda meio confusas, mas que apontavam à conclusão de que nosso trabalho é muito importante, claro que necessitado de muitos aperfeiçoamentos, mas muito importante, pois é preciso q todas as pessoas, não só os palhaços, enxerguem que há muito mais em uma criança do que uma pele manchada, a falta de um olho, uma voz muda ou membros que não se mexem...
Nayan Cristina (Dra Fulô)
5 comentários:
nayanzinhaaa !! não poderia ter relato mais perfeito ... disse tudo! marmota agradece a dra. mentirinha , a dra. fulô e ao danelzim a visita de ontem ! q deus abençoe aquelas criaças ! :***
Me matam de orgulho essas 3. E de inveja, tinha hora que eu tava me esquecendo que tava sem nariz, doido pra fazer bagunça, andava e queria abrir as pernas, como se tivesse "borrado" igual ao Cenôra, ainda botei pras mães das criaças falarem "Parede limpa chão sujo", mas foi o máximo que pude fazer na minha condição de não palhaço. Vamos continuar tentando mudar a realidade pra que não necessitemos de narizes vermelhos pra sermos... Felizes?
"Então muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente..."
Olah Ynianos!!! Vocês não me conhecem (ainda sou bicho), mas eu queria dizer q eu me senti tocado por esse projeto lindo, mt lindo.
No q depender de mim, vou acompanhar os passos de v6, e se Deus permitir (e v6 me aceitarem, claro ^^) haverá em breve um novo Yniano, que ainda não sabe fazer palhaçada, mas q está disposto a fazer o q for preciso para desenhar um sorriso no rosto de uma criança.
Texto belíssimo, de uma sensibilidade indescritível (ela só pode ser sentida).
Abraços
Olá turma do Y! Orgulho de vocês!
Acabei de conhecê-los através do texto " Retorno a enfermaria da cirurgia "
Parabéns a Vocês pela dedicação, alegria, tempo e vida doados a estas crianças.
Eu já estive conversando com um de seus membros ( Dra. Tampinha ), a fim de participar de uma dessas visitas. Espero que isto possa ser possível. Mais uma vez parabéns pelo projeto, e que Deus os abençoem e os iluminem nesta bela obra.
Antonio Tahim.
Sabe, mesmo conhecendo poucos dos q fazem parte dessa turma Y, me sinto orgulhosa!! e louca de vontade de participar!! é um projeto magnífico!!! PARABENS!!vc sao importantes para estas crianças!! bju grande!! e Sorte!!
Postar um comentário