quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A segunda primeyra vez.

Dizem os veteranos que a primeira vez a gente nunca esquece. Eu concordo e ainda acrescento: a segunda primeYra vez também não.




Ausente há seis meses, é hora da Nyna retornar. Retornar? Não, vez que ela nunca foi realmente embora. Via que nas suas andanças pelo mundo sempre tinha algo que a mantinha acordada: um palhaço no meio da rua ou da praça, bolhas de sabão que apareciam como mágica, uma criança que trocava um olhar como se soubesse que ali existia alguma coisa diferente, uma risada ou piada frouxa que escapulia meio que sem querer e várias placas espalhadas na cidade dizendo "há 10 anos a receitar alegria" de um outro projeto. Então ela ficava mais sossegada. Sem o nariz, ela ficava ali, caladinha, esperando quase que ansiosamente uma oportunidade de aparecer.

E a saudade aumentava. Saudade de ver mágica diante dos olhos, de sorriso frouxo, abraço apertado como quem nunca quer soltar.
Mas essa que teimava em apertar dentro do peito estava com os dias contados, logo era hora de de voltar.
Ih. Voltar. "Será que ainda é tudo daquele mesmo jeito?" Que mesmo jeito, se tudo era novo o tempo todo? Expectativas altas, que lembravam a primeyra vez, mas eram mais intensas, pois era a segunda primeyra vez.




E a tranquilidade começa a aparecer, junto com a salynha que vai se (re)desvendando ao abrir a porta. Parede laranja, colchão, Sr. Cão, Nemo, lousa. Home. E você se sente como se estivesse recebendo um abraço de coala. Um coala laranja de 2x2.

Cada parte da preparação é aproveitada como quem desfaz as malas, tirando presente por presente, querendo aproveitar e relembrar tudo. Nem tudo é como antes e isso não é necessariamente ruim. Nem bom. É diferente. A linha que separa a Karine da Nyna fica mais tênue do que normalmente é e fica uma confusão de Karinyna que ninguém sabe quem é quem. Aliás, algum dia já soube?

A boa e velha mágica acontece: o naryz. E a voz começa a afinar, a ficar mais gasguita, os pés com 2 dedinhos a mais que escutam começam a entortar e então Nyna retorna à casa, sentindo como se nunca tivesse partido.

Rostos conhecidos facilitam a vyda e matam a danada da saudade: Bonner, Pitoco e Groselha, vocês não imaginam o quanto é bom revê-los!

E rostos ainda não-conhecidos que permitem ouvir uma besteira,  um "olá boa tarde", que se permitem deixar conhecer, como é bom vê-los. O novo, de novo.
Aqueles que se deixam levar pela presença do nariz vermelho, que deixam (ou não) seus livrinhos de lado, que se dispõem até a desfilar no meio do corredor, que conseguem deixar que o sorriso seja arrancado, que fazem com que o foco seja na sobrinha modelo de 4 nomes que diz que vai pro North Shopping, mas vai pro hospital e todas aqueles que dividem o que é tão precioso: seu sorriso.

E vai acontecendo, naturalmente, como deve ser. Interação que tem um começo difícil, tem como meio uma risada frouxa e leve e termina com um "tchau, até logo."

É coração, já pode acalmar, você está em casa. De novo.


Karine Aderaldo,
Dra Nyna Piquininyna Esmeraldyna.

4 comentários:

Anônimo disse...

Bem vinda, Karynynalyndonylda! RebYs.

lise disse...

Que lyndo, Nyna... Digo, Kaka, digo, Nyna...

nat disse...

que texto liiiindo, kaka! ficou ótimo! me garanti na sugestão de tema, ó! de nada, viu? HAHAHAHA brinks, mas ficou muuito bom, ó :} beeeijo pras duas!

Allan Denizard disse...

Não sei se fico preocupado por essa esquizofrenia que promovemos ou se fico extremamente feliz por esse encontro que nos permitimos com nós mesmos. Felyz!