Não sei bem o que esperar de uma oficina de palhaço, mas não era bem isto que ele disse:
- O grande objetivo destes encontros será entender porque diabos a Ana Clara decidiu dar a dica que o nome da Ingrid vinha, em parte, de uma gasolina.
Para que quero compreender isso? E o que isso tem a ver com o que estamos pretendendo fazer? Eu vim ser treinado para a palhaçaria, e ele nos coloca a decifrar, em círculos labirínticos de narrativas, o que deve ser a cicatriz no pé da Vitória. É apenas uma cicatriz, meu Deus. Eu nem acredito que entrei nessa! Criei o viés fantasmagórico, e mexi com questões de volta no espaço-tempo.
Passou. O viés fantasmagórico conseguiu fechar a questão da cicatriz. Mas, não sei fazer essas caretas. Isso não são lábios, os que este homem contorce, são massinhas de modelar vivas. E esta língua que pede para imitarmos, é impossível.
Aquela menina, que participa tanto mais quanto mais leva dele insultos, entra no jogo dessa loucura na mesma proporção. Quase coloca o dedão do pé na boca e o pé na nuca. Ingrid, não se permita essa manipulação.
Ninguém dá ouvidos à lucidez. Terminamos o dia atravessando a corda submissos ao dogma do quanto mais cruel melhor.
E ele já disse que não explicará nada. À nossa estupefação responde com um tal de Tao que mais vale desistir de qualquer coisa sobre seu entendimento, na verdade, de qualquer coisa sobre a sua mera pronúncia, do que buscar qualquer sentido que o valha com esse nome.
Saí do lado de Deus, como arcanjo preferido das anunciações, que guiam o povo perdido para o sentido último da vontade do Criador, para me misturar entre mortais, tanto mais entretidos quanto mais confusos nas mistificações informes de um vociferador.
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