domingo, 27 de maio de 2007

Nossa médya

Fazemos parte de um projeto em que periodicamente nos deparamos com a tarefa de divulgar quantas pessoas beneficiamos no ano. O olhar matemático facilitaria as contas, ou não.

Primeiro, quando foi para o projeto ser aprovado na coordenação do curso, tívemos que fazer uma projeção de benefício: quantas pessoas beneficiaríamos. Para um cálculo simplório, pegamos o número de leitos em média ocupados na Pediatria e multiplicamos por 4, levando em conta que cada criança passa, novamente em média, 1 semana no hospital. Esse valor é colocado no campo das pessoas beneficiadas e acrescentado por mês. Então, por exemplo, se são 12 leitos (sempre) em média, multiplicamos 12 por 4 (porque os meses têm, por assim dizer, em média 4 semanas) e teremos 48 pessoas/mês beneficiadas.

Mas não é verdade. Porque a média não existe. Percebe? Média é uma abstração. E na média não há graça, porque não há variação caótica, daquela que faz a regra mudar de sentido, gerando um estranhamento e um riso. Não há Y na média. Sem riso, sem graça, sem verdade. Porque a verdade das pessoas beneficiadas pegaria os funcionários que cuidam da limpeza do corredor e dos quartos, pegaria os auxiliares da enfermagem, os estudantes que por lá passam, os profissionais diplomados. Mas nem sempre e nem todos, porque há dias que não se pega ninguém, e há dias que alguém não está afim de ser pegue. Há uns que um dia são e outros dias não, pela própria vontade e pelo próprio contrário da vontade. E para ver como a média que nos pedem é cega, falo ainda de outras entidades que deveríamos contar, e que talvez até contemos e coloquemos no papel, mas que também não contamos muitas vezes e elas estão tão presentes: as mães. Porque não há crianças sem mães.

Claro que devemos contar e é por isso que às vezes contamos, ou melhor, algumas delas contamos. Porque o Y é tão surpreendentemente fora de um olhar mediano que há no Y mães beneficiadas que não são mães de hospital, não em média. São as mães dos próprios Ypsilonianos. E pais também.

Fico pensando porque uma mãe sairia de seus afazeres do dia para nos ajudar a desenhar palhaços e confeccionar lembrancinhas. Mas aconteceu. E perder boas horas do dia fazendo um desenho grande de uma menina soltando bolhinhas, tudo para que enfeitássemos uma nossa salinha. E os pais que “paitrocinam” os devaneios nossos.

Uma mãe vê o filhinho dela indo pra faculdade e ela pergunta o que vai fazer, e ele diz que vai brincar com as crianças, de palhaço. Ela olha desajeitada pro marido e fala o que ela vai fazer e o pai diz: “Deixe ele brincar. Não teve infância. Chamamos ele para a responsabilidade cedo demais.” E eu não sei, mas eu bem acho que aquele pai tinha um certo carinho pelo palhaço daquele filho Y. Era um beneficiado também.

A média não vê esses pais, essas mães. Não podemos registrar isso em nossos resultados. Há muita coisa que acontece no mundo que não podemos provar, mas que a gente sabe que existe. Como colocar isso de forma inequívoca pro mundo?

Sim, porque há aqueles que olham para esses relatos e dizem que é invenção, que é mentira. Mentira são as médias que dormem certinhas em fila nas gavetas por aí. Muito bem organizadas nas organizações. Como se a vida não fosse um monte de páginas diferentes, irreprodutíveis de próxima-página incerta.

Então me deixe colocar assim no campo de pessoas beneficiadas:

Às vezes 26, outras 31,7 - vírgula sete porque teve uma que não foi beneficiada por inteiro. Sendo alguns dias 1, mas pense num 1 bem beneficiado! Coloque em mente, contudo, 25, se preparando para que sejam 40. Melhor então deixar uma incógnita variável “x”, digo, melhor dizendo... eh... “y”. Pronto:

Allan (Dr. Acerola)

quarta-feira, 23 de maio de 2007

PERSONALYDADYS NA SEMANA DE ARTE MÉDICA

Dia: 29/05 (terça) e 01/06 (sexta)
Horário: 12:30 às 14h
Local: CA XII de Maio
Mediadores: Integrantes do Projeto Y e do CA XII de Maio
Biografado: Janusz Korczak “O BOM DOUTOR”
O Projeto Personalidydys trabalhará, adivinhem! personalidades que contribuíram decisivamente para o crescimento humanístico de nossa civilização. A princípio proporemos personalidades médicas, o que não fecha para inserção de indivíduos não-médicos. Começamos a falar superficialmente sobre o que tratará o projeto só para justificar a participação do Projeto Y nessa empreitada. Sendo o Y um projeto que visa enriquecer a visão de mundo dos estudantes da área de saúde sobre a relação médico-paciente, dando exemplos através da relação palhaço-criança das expansões que podemos ter enquanto seres relacionais, nada mais proveitoso para nós do que espalharmos ainda mais exemplos concretos de médicos que lutaram por uma medicina mais digna em termos de doação para o próximo.

Sobre o Janusz Korczak:

"Meu primeiro encontro com a obra de Janusz Korczak (1878-1942), pseudônimo de Henryk Goldshmid, pediatra e educador polonês, deu-se no início dos anos oitenta, motivado pela crítica que alguns pedagogos faziam à amorosidade na educação. Diziam, ironicamente, que "quem sabe, ensina, e quem não sabe, ama". Defendendo uma posição contrária a esse desvio tecnicista, fui buscar argumentos na história da educação. Foi quando entrei em contato mais de perto com a obra de Korzcak que valorizava o papel da afetividade na educação e na construção do conhecimento." Moacir Gadotti*

* Moacir Gadotti, nascido no Brasil em 1941, educador e filósofo, é professor titular da
Universidade de São Paulo e diretor do Instituto Paulo Freire. É doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra (Suiça). Escreveu diversas obras no campo da filosofia da educação, publicadas em várias línguas. Entre elas destacamos: Reading Paulo Freire e Pedagogy of praxis, ambas publicadas pela SUNY Press de New York.

prepare-se ...


quinta-feira, 17 de maio de 2007

do fundo do baú ! ++++

Na porta do hospital:

Tampynha: Deixa eu me arrumar!

E, olhando concentrada para o reflexo do vidro, vê uma mulher: Olha! Como estou bonita!

A mulher sai do hospital e tampa se assusta: Eita! É o meu reflexo...saiu do espelho!

Com a mulher, vinha um minininho...

Acelora: Olha! E o meu relfexo também! Tudo bem, meu reflexo??

E a brincadeira vai se desnrolando...

Os palhaços adentram!

Acelora vai cumprimentando tds que vê pela frente... Tampa começa a cantar uma música para uma mulher: Que bonita a sua rooooupa! Ela é mt engraçadiiinha! Que bonita a sua roooupa! Ela é mt beeeela! (mais ou menos isso...o importante é mostrar q no fim não há rima alguma...;P)

Então Acelora: Vaalha! Sabe rimar não a bichinha né?!
O homenzinho da recepção confirma...

Tampa: Ahn?! Remar?!
Acelora: Rimar!
Tampa: Errr...sempre quis saber remar mesmo..é assim? (gesticula como se estivesse remando)

No salão de espera:

Tampa entra fazendo gesto de remo...
Acelora: Nooossa! Quantas pessoas! O que é? Aqui vai ter aula de rimar é?
Pessoas confirmam...

Tampa: Oba! Vcs esperam o professor é? Pois saibam que ele rema mt bem viu?! (apontando pro Acelora)
Alguém fala: É ele o nosso professor!

Tampa: Ohhhh! Mesmo?!

A palhaça corre pra uma cadeira: Pois tá prof! Pode começar a aula!

Acelora: Tá...err...Boa tarde!!
Tampa se levanta empolgada: Booowa taaaaaaarde querido professoooooor!

Acelora: Ok! Então...repitam comigo!
E vai dizendo frases que rimam e Tampa sempre muda no fim pra nao rimar...teh q dá certo...

A caminho da pediatria:

Tampa não sabe as direções a seguir e Acelora tenta conduzir, o que gera mais confusão, inclusive pra quem aparece pelo caminho...

Maluco aparece!

Acelora: Malu!
Maluco: Não é Malu! É Maluco!
Acelora: Ah! Malu o que?
Maluco: CO!
Acelora: Ahhh! Malu...
Tampa: CO!

Maluco se irrita...

No corredor pra pediatria:

Acelora entra na cozinha que tem no meio do corredorzinho...: Geeente! Que cheirinho forte que tem aki neh!

Tampa: hmmm...err...to sentindo nao...to com o nariz entupido...

Acelora: vixe...ai é? a senhora por acaso tem alguma coisa que desentupa o nariz dela?
A senhora que limpava a cozinha negou...

Acelora insiste em procurar...até que maluco entrega um desentupidor de pia pra ele...

Acelora: Ahhh isso deve resolver...venha cá Tampynha...
Tampa reluta um pouco...

Acelora: não vai doer...
E aperta fortemente o desentupidor no nariz da tampa e puxa...

Mas pra compensar a eficiência do descongestionamento, Tampa tem um "pire-pake"...não consegue se mover...seus pés colaram no chão...

Daí a confusão é grande...mas a tampa consegue se curar antes de chegar à pediatria...ficam apenas alguns tremiliques (o que é normal... )

Na pediatria (enfim...):

Após algumas traquinagens, os palhaços avistam crianças no refeitório, uma delas a desenhar...

Acelora pede licença e senta na mesa onde o menininho desenha...

Ivana aparece: O que é isso?! Não pode! Vai quebrar a mesa!

Acelora: Ai é? Em cima não pode? Então tá!

Ele, então, vira a mesa, que se transforma em um automóel super-potente...

Acelora vai dirigindo (arrastando a mesa) até que tampa, destacando o seu nariz, põe-se à sua frente: Sinal vermelhôôô!!

Acelora pára e qd já está impaciente com a demora, surge maluco com sua camisa cor de limão: Sinal verdeee!!

Acelora continua e pergunta se alguém quer uma carona.

Tampynha logo se prontifica: Eu queeero uma CARONA! (gesticulando uma cara bem grande)

Acelora: Tá! Demos então uma carona pra tampynha.
Ele desenha a cara, prega na mesa e entrega pra palhaça, que, "morta" de feliz, dança com a sua tão sonhada carona.

Tampa se satisfaz e volta ao normal, então Maluco vai arrumar a bagunça que os outros 2 fizeram...

Coloca a mesa no lugar e começa a empilhar todas as cadeirinhas em cima dela...(grande expectativa pra não cairem as cadeiras...)...mas no fim...TCHANRAM! cadeiras organizadas! (ou nao... )

Passa um tempo e, por algum motivo, tampa cai...o que é raro...

Ao tentarem levanta-la, os palhaços criam mais uma confusão, em que não se pode mais identificar quem é quem naquele engodo de palhaços no qual só se vêem 3 narizes vermelhos...Quem chegasse por perto entrava na brincadeira tentando auxilia-los...

Problema resolvido! E os palhaços saem do refeitório...

No corredor, um menininho vê uma elevação no bolso do Acelora: um nariz...agora roubado! E Acelora, guiado por outro menininho, que, da porta de seu leito e sentado em uma cadeira de rodas, observava todos os movimentos do "ladrãozinho", corria do refeitório pro corredor e vice-versa, na tentativa de resgate do precioso nariz...Os outros palhaços o acompanhavam...palhaço pra cá...pra lá...colisão de palhaços...alguns torciam pelo resgate...outros pelo "meliante"...era uma brincadeira de polícia e ladrão...^^

Qd Acelora finalmente está conseguindo seu objetivo, o perseguido já havia passado o nariz para outro pequeno companheiro...era o menininho do isolamento! De máscara, ele coloca o nariz, e o aperta: FOOOOON!!! Aquele som estimula os palhaços de forma que a cada vez que o ouviam surgiam, involuntariamente, movimentos irregulares em seus corpos...(sim! Memórias do Corpo! )...tds ao redor riam muito!

Mas nessa "dança", eis que algum dos narigudos se entrelaça com uma das cordinhas com bandeirinhas que enfeitava o corredor e a arranca! E agora?

Enquanto Maluco servia provisoriamente como "pregador", Acelora e Tampa pedem ajuda à "Abacaxi Frito com caramelos encaracolados por cima", como eles denominaram uma funcionária...é o f im de mais um problema...

Um momento difícil:

No primeiro leito, tampa vê uma mãe com uma bebezinha nos braços...pergunta: errr...posso me aproximar?

A mãe: Ela num tá mt bem hj...

Tampa: ahhh...então vou cantar aki uma muzguinha ta?!

A mãe calada...

A muzga começa, acompanhada de uma "dança" tampinhística ...

"Sou viiivo mas não tenho corpo!
Por iiisso é que não tenho forma!
Peeeso eu também não tenho!
Não tenho cor!

Qd sou fraco...
me chamo brisa!
E se assobio...
isso é comum!
Qd sou forte...
me chamo vento!
Qd sou cheiro...
me chamo...

E Tampa pede pra mãe completar...

Mãe: eu tô preocupada...

Tampa pára um segundo e diz...

É?! Mas num se preocupa não...num vou soltar aqui não viu? Hj não tem perigo não viu?! Num se preocupa não...



Não se preocupa...



Beijõezinhos, narigudinhos!!!

terça-feira, 15 de maio de 2007

do fundo do baú !

* Tampinha cantando o que mandam
Tampinha: Vou cantar! Mas primeiro preciso fazer meu exercício vocal.
Tampinha fica enrolando...
Pinguinho: Canta logo Tampinha!
Tampinha: Logo tampiiiinha, logo tampiiiiinha, logo tampiiiinha.... Eu não quero cantar essa, eu quero cantar outra
Pinguinho: Então canta o que vc quiser Tampinha
Tampinha: o que vc quiser Tampinha, o que vc quiser Tampinha, o que vc quiser Tampinha...
E por aí vai... até Tampinha cantar: "a saideira Tampinha" ou até perder a graça =P

* Tampinha travou

Tampinha pede ajuda porque está caída no chão travada. Pinguinho vai ajudar, mas não consegue. Puxa uma perna, ela levanta outra, segura um braço ela levanta o outro (deu pra entender?) A gente "convoca" (estávamos no clima do jogo do Brasil) as crianças pra ajudar e elas participam. Tampinha só consegue destravar quando ela solta um pum. Mas... ela também sujou as calças, então Pinguinho e Malu pegam todo papel disponível na Pediatria pra conseguir limpar a sujeira, mas nunca é suficiente. Então concluimos que só um banho resolveria o problema (e devolvemos o papel)

* Contar histórias

A gente leu pro Fabrício (que tava em isolamento) o livrinho da cachinhos dourados. Foi muiiito improvisado, mas foi até legal, só que o Fabrício tava passando muiiiito mal naquela hora, então ele ficou bem quietinho.

Acho que foi isso... Marília e Junin, se lembrarem de algo, completem!

Sobre a visita de sexta, que eu fui pra ajudar dois palhacinhos solitários e acabei sendo maltratada, judiada, espancada, humilhada, pisoteada pelo Dr Zinho e seus discípulos... bom, acho que eu já disse tudo né? Não satisfeito em maltratar sua pobre aluna, Dr. Zinho ensina às crianças suas maldades. Poooobre Pinguinho... e o pior (ou melhor) foi que as crianças gostaram e mandaram-na gente voltar no dia seguinte. =P

Beijos procês (beijo não que isso não é coisa de macho! Aperto de mão caras!) ;) Huehueheuh

domingo, 13 de maio de 2007

Nem todos

Temos o costume de olhar para as criancinhas doentes e nos cobrir com um sentimento de piedade ingênuo que faz com que uma cabeça pelada seja vista com auréola e uma roupa de hospital como um vestido branco e, do nada, asinhas.

Não são anjos. Nenhuma delas. Poderão vocês encontrar uma aqui e outra ali que tenha um sorriso mais simpático, um jeito de falar mais manso, conquistador. E o resto vocês rejeitarão, porque são mal educadas, porque são revoltadas com a sua dor. Mas nunca devem ter parado pra pensar que o tal sorrisso simpático é simpático exatamente porque é conquistador. Às vezes, não digo sempre. Tolice minha entrar nas generalizações, se é delas que esse texto tenta fugir.

Dou exemplo de uma carequinha. Fui ver a atuação de um palhaço de hospital no Instituto do Câncer. Enquanto ele brincava com algumas, outras me chamaram para jogar dominó. Uma delas era linda e tinha pose de rainha. Devia ter uns cinco anos, ainda com bico na boca, segurava as peças de dominó com jeito de profissional, olhava para as peças com jeito de vencedora, falava os jargões do jogo com toda uma exeperiência, me dava ordens alertando ser minha vez com toda uma autoridade, e ganhou de mim uma vez rindo com todo um deboche. De bico! Tudo bem, diriam que a pobre era um papagaio dos adultos, mas por ser papagaio já provo que não era um anjo, embora também tenha asas.

Encontramos vários exemplos de crianças não-anjo. Uma tinha uma barriga doente, cheia de líquido, pardacenta, cabelos quebradiços. Por vezes a encontramos xingando o pai de palavrão impróprio de figurar por aqui. Outras vezes ela estava arredia, triste, deitada de lado. E, de todas as crianças da enfermaria, ela era a mais velha e a que mais tinha passado tempo por ali. Então vem o senso comum e o julgamento da caricatura e diz que ela é revoltada, difícil de abordar, chata até. Melhor ficar com a outra, quietinha, aberta, pródiga de sorrisos. Mas é preciso ter mais tempo de contato com uma imagem para perceber que ela tem movimento para além de nossos quadros. Foram necessários uns três meses e uma morte para saber o verdadeiro valor daquela criança na enfermaria. Doença resistente levou o pequeno a óbito e deixou todos em luto – todas as mães se irmanam na dor da perda de um filho. Percebemos na visita a instabilidade de algumas crianças de casos crônicos. Então vem a especulação dos motivos. Seria por que elas tinham se achado mais perto da morte? Teriam percebido que aquele era um lugar onde se poderia morrer do motivo que os levou até lá? Talvez. Mas, quem diria que as crianças estavam se sentindo mais desamparadas porque aquele que tinha morrido, antipático, era quem dava mais proteção e força pra elas no hospital.

Pestalozzi, educador infantil que viveu no século XIX, foi um dos primeiros a adotar o sistema que hoje conhecemos como monitoria estudantil dentro de seu educandário na Suiça. Ele elegia jovens que se destacavam, porque entendia que quanto mais perto das crianças em idade e tamanho, mais elas se abriam sem medo e vergonha. Ele utilizou esse dispositivo pedagógico com muito mais intensidade do que as escolas utilizam hoje e seu sistema de ensino, por essas e outras coisas (como pela besteira – diriam alguns – de falar que não pode haver educação sem a.m.o.r – suas crianças o chamavam de pai) seu sistema foi considerado revolucionário.

Nada mais exemplar. O menino que veio a falecer era o mais velho dali. E junto com as marcas de sua infância, tinha as da dor e do hospital. Seu currículo estava bem tatuado em sua pele, sendo ele o mais gabaritado para ensinar aos outros companheiros de enfermaria, passar a confiança que os pedagogos passam, guiar os colegas nos caminhos da dor. Educa-dor.

Devo ressaltar que ele era bem mais amigo da Dra. Chiquita, que é uma das brancas (tradução: palhaça chata) mais brancas que existem no Y. Ela poderá falar mais sobre ele se vocês a encontrarem, mas talvez nem fale, porque provavelmente ela lhes esnobem. Nem todos os palhaços são só risos, também. Mas essa é uma outra história.

Allan (Dr. Acerola)

na visita do dia das mães ...

- Ei, ei ... o que tem no seu coração ?! - Dra. Lalyta fazendo o exame clYnYco pergunta .
- Amor, amor ... - o Abraão responde .

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Suco de KIKAR

SUCO DE KIKAR

KIKAR é uma fruta mágica que existe na PalhaçolandYa.
Ela é usada pra qualquer coisa: Pra encolher, pra fazer crescer, ficar forte, emagrecer, ficar contente, desaparecer. Faz a dor de barriga passar, faz você pular bem alto, e dançar sem parar, sem ficar exausto. Já foram descritos até casos de que pode fazer alguém por você se apaixonar. Mas o efeito mais importante de todos é fazer as pessoas ficarem FELIZES. Tão felizes, mas tão felizes, que qualquer dor, coceira, impingem, preguiça, tremilique, sono, piripaque... desaparecem quando você toma suco de KIKAR. Só não cura feiúra né, mas até que melhora, afinal, mesmo o Dr. Zão pode ficar “engraçadinho” sorrindo! Pra quem não conhece, a história é assim: (Em cima tão os acordes pra quem quiser tentar tocar)

G Em Am D
A arra não posso acreditar
G Em Am D
Como é que tu não sabe o que que é suco de KIKAR

G Em Am D
A arra eu vou te ensinar
G Em Am D
Descubra o poder que tem o suco de KIKAR

G Em
Na hora de jantar
D
Depois de almoçar
G Em Am D
A gente tira o gosto com o suco de KIKAR

G Em
Se você tá com dor
D
Não para de coçar
G Em Am D
É só tomar um gole que isso tudo vai passar

BIS

G Em Am D
Estica encolhe teu corpo fica mole
G Em Am D
Tu começa a pular tomando suco de KIKAR

G Em Am D
E quica e quica e quica sem parar
G Em Am D
Você pode curar tomando suco de KIKAR

Os Drs do Projeto Y até que tentaram trazer esse suco para a terra, mas a repressão exercida pelos laboratórios farmacêuticos acabou por sufocar as suas tentativas. Sorte que essa fruta é transparente, e os palhaços (palhaços, que palhaços?) sempre andam com seus tubinhos com um pouco de suco de KIKAR para dar para os casos mais sérios de tristeza aguda. A via de administração é oral, por bolhas que parecem aquelas de sabão, e a posologia para adultos e crianças é a mesma: O quanto for preciso para exacerbar sorriso do paciente. A overdose pode acontecer, mas não é tóxica. O único efeito colateral que pode apresentar é riso frouxo. Mas isso não é problema para os Drs Y, afinal temos especialistas em “aumentar isso”... =O]

Dr. CenÔra