segunda-feira, 3 de julho de 2017

Aula 3 - Caminho teórico-metodológico



(2 min de leitura)

Há muito exigem da gente deixar inteligível o caminho que trilhamos para chegar nas conclusões que chegamos. Desde, pelo menos, Sócrates, o irônico.

Dos cinco últimos séculos para cá, a coisa piorou enormemente. É a tal da exigência do pensamento crítico, que não aceita que certos conhecimentos possam surgir, de repente, no palco da mente. Acho, de algum modo justo, pois muito charlatão se aproveitou do ponto cego das pessoas, passando por verdade ilusões.

Desde então, ninguém pode entrar no castelo da ciência sem responder a pergunta-senha: “qual foi o seu método?”. O problema é que, em certo momento, encantaram-se os homens de ciência tanto com o método que submeteram a incomensurabilidade da realidade a ele. Falo particularmente do método positivo, aquele que quis matematizar as coisas, tabulá-las em uma geometria arestosa.

Conseqüência maior: a realidade foi amputada em toda sua riqueza para caber lá dentro.

O capítulo 3 fala sobre parte da natureza do que quero captar e, portanto, da inviabilidade de muitos métodos que flertam com o positivismo para conseguir promover essa captura. É um capítulo difícil de ler. Dialoga com muitos pensadores para me fazer aceito pela academia. Tive que fazer uma grande corrente para arrombar a porta.

Em resumo, o que queria passar é o seguinte:

  • Que não podia abdicar de mim mesmo para entrar na pesquisa;
  • Que meus afetos pelo grupo poderiam e deviam estar comprometidos com a pesquisa;
  • Que o raciocínio estava presente, bem como a lógica, mas sem prescindir da poesia;
  • Que, por fim, não iria abdicar da amizade, do amor e da alegria para escrever um texto enxuto, aceitável. 

Não falei isto agora que irei falar na pesquisa, mas bem que poderia ter cunhado um método que em vez de se chamar pesquisa-colaborativa, se chamaria pesquisa-visita. É o que os palhaços do projeto fazem quase todos os dias: vão pesquisar como pode ser a relação com as crianças. É dessa experimentação que surge a verdade deles, da relação. Uma verdade quente, espumante, muitas vezes frágil para se cristalizar na matéria, mas durável na ordem do espírito.

Se você gostou dessa última imagem - da cristalização frágil das experiências na matéria, mas de sua duração no espírito - vai adorar saber que encontrei uma filosofia que pudesse referendar essa visão. Falaremos dela mais ao capítulo sete. Não perca a explicação do próximo capítulo, ele, sim, é o essencial.




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