Ai ai ai, nem imagino
como vai fluir a alegria desse primeiro encontro, mas que tenha a sintonia
inspirada na alegria alheia e do coração que aqui palpita. Muito difícil tentar
descrever essa alegria que me empolga o peito e destrava minha voz, quando
antes era um garoto apenas assistindo com receio de tudo e um pouco mais de
tudo, vendo aqueles doutores dando tudo de si para a tentativa, muitas vezes,
satisfatória e surpreendente, sim, talvez eu fosse só uma sombra que ainda ia
ser refletida nos outros encontros, mas naquele momento era uma visão diferente.
Antes era apenas rir
junto com aqueles que estavam angustiados, aqueles que não queriam estar ali
naquele momento, na esperança de uma saída para toda aquela aflição, mas de
alguma forma, aqueles seres pintados conseguiam trazer por alguns instantes
aquela leveza que trazia até o esquecimento do que está ali rodeado por eles,
tantos objetos assustadores, que tiram e fazem dor, mas nada melhor do que
aquele “objeto”, talvez inerte até então,
mas que sai de dentro como um pensamento que se concretiza em sentidos
não imaginados.
Divertida transição
essa de espectador para atuante da ação do riso, esse alivio que provoca uma
mudança da realidade que tenta se prender a desgraças fúteis, as quais tentamos
aprender com elas. Ahh, essas diferenças que atormentam os desníveis da
ignorância, que sem perceberem são levados por uma simples ação, um sorriso, o
próprio silencio aflito, uma onomatopeia intrigante, que até sem sentido
conseguem provocar uma levitação tão batalhada por esses Doutores do Y.
Engraçado passar por
essa mudança, porque quando vimos os Doutores da Alegria, com todo aquele
encanto envolvente e cativante, saberíamos que seria bem semelhante, mas nada
se compara a ser o tal ser que está impulsionando esse sentimento cativo. Passar
por essa experiência e ver diante de seus olhos o que estava ali sendo doado de
graça. Muito entusiasmante ver que quando me vesti de Dr. Serelepe tudo pareceu
tão leve, o ambiente criou uma nova cor, e todos aqueles outros Doutores se arrumando...
E parecia que tudo estava se encaixando, mesmo que com suas particularidades.
Uma primeira
experiência magnífica... O medo do sozinho, o medo do silencio já não habitavam
mais em mim, fui entregue a alma do que estava externo. Como descrever o poder daquelas
bolhas de sabão? Elas entorpecem o ato e acabam liberando átomos do palhaço que
se entrega tão facilmente aquilo tudo, que se doa sem medo de se cortar com a
realidade dos jogos que lhes é apresentado. Por um momento, paro para analisar
e percebo que tudo aquilo que nos foi ofertado durante as capacitações começam
a fazer todo o sentido quando você está se preparando para o tão esperado
encontro, aquele primeiro encontro! O qual você se veste de ansiedade e cria
mil expectativas, tenta planejar os mínimos detalhes, mas quando se está
vivenciando aquele momento único, tudo transborda sem conexão!
Por vezes, acaba
fazendo sentido, e acaba saindo do seu controle, mas é algo tão encantador, tão
entorpecente, que nada mais importa, só aquele momento, cada passo parece não
ser só mais um passo, cada toque parece não ser sentido apenas pelo tato, o
olho grita, a boca se esmaga de tanta fluidez, como se níveis da iniciação
tivessem sido pulados para outra fantasia, um mundo a qual só temos noção que
ele existe, mas que não está sensível suficiente para nos adequarmos a o que
está diante dos nossos olhos.
Teve aquela tensão
natural, é claro, principalmente, quando você está visitando com veteranos que
te inspiram, Dra. Amora, Dr. Cafuçu, Dra. Nina e Dr. Caldynho, estes dois
últimos tive menos contato durante o processo, mas o pouco que tive, pude ver o
quão feliz é o brilho que sai de seus atos, sorrisos e percepções. Dra. Amora e
Dr. Cafuçu, conseguiram me mostrar, indiretamente, a imensidão do não seguir o
ato, de se desmontar em sua magnitude, na beleza de se entregar! Em todos os
encontros teve algo de especial!
Teve um singelo
momento que poderei guardar nesse coração que aqui pulsa de emoção: Uma
mãezinha me puxou até a observação, a qual foi intenso! Lá pude desfrutar de
outro ambiente que se enriqueceu na medida do possível, quando Dr. Serelepe,
Dra. Amora e Dr. Cafuçu lá entraram, nada mais importava, se era tarde ou não,
se o tal do “Chefe” havia nos chamado! Porque quando a enfermeira abriu aquela
cortina da UTI, e com simples bolhas de sabão e acenos moderados aquele bebe,
tão frágil encheu seus olhinhos de pureza, uma mansidão tão encantadora,
levantou aquele bracinho com toda dificuldade e pode dá um tchauzinho para aqueles
doutores do Y, que foi um ato tão caridoso, parecia que naquele momento tudo
fez o sentido da vida, que não importa a circunstancia, se o seu coração se
entrega a leveza, nada mais importa!
Parece que aquela
frase: amor se escreve com Y, é puríssima verdade!
E
aqui pude entregar mais um pouco do que me agradou a alma.
Elias
de Brito (Dr. Serelepe) :o)
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