domingo, 8 de setembro de 2013

Primeira Vysyta



Ai ai ai, nem imagino como vai fluir a alegria desse primeiro encontro, mas que tenha a sintonia inspirada na alegria alheia e do coração que aqui palpita. Muito difícil tentar descrever essa alegria que me empolga o peito e destrava minha voz, quando antes era um garoto apenas assistindo com receio de tudo e um pouco mais de tudo, vendo aqueles doutores dando tudo de si para a tentativa, muitas vezes, satisfatória e surpreendente, sim, talvez eu fosse só uma sombra que ainda ia ser refletida nos outros encontros, mas naquele momento era uma visão diferente.
Antes era apenas rir junto com aqueles que estavam angustiados, aqueles que não queriam estar ali naquele momento, na esperança de uma saída para toda aquela aflição, mas de alguma forma, aqueles seres pintados conseguiam trazer por alguns instantes aquela leveza que trazia até o esquecimento do que está ali rodeado por eles, tantos objetos assustadores, que tiram e fazem dor, mas nada melhor do que aquele “objeto”, talvez inerte até então,  mas que sai de dentro como um pensamento que se concretiza em sentidos não imaginados.
Divertida transição essa de espectador para atuante da ação do riso, esse alivio que provoca uma mudança da realidade que tenta se prender a desgraças fúteis, as quais tentamos aprender com elas. Ahh, essas diferenças que atormentam os desníveis da ignorância, que sem perceberem são levados por uma simples ação, um sorriso, o próprio silencio aflito, uma onomatopeia intrigante, que até sem sentido conseguem provocar uma levitação tão batalhada por esses Doutores do Y.
Engraçado passar por essa mudança, porque quando vimos os Doutores da Alegria, com todo aquele encanto envolvente e cativante, saberíamos que seria bem semelhante, mas nada se compara a ser o tal ser que está impulsionando esse sentimento cativo. Passar por essa experiência e ver diante de seus olhos o que estava ali sendo doado de graça. Muito entusiasmante ver que quando me vesti de Dr. Serelepe tudo pareceu tão leve, o ambiente criou uma nova cor, e todos aqueles outros Doutores se arrumando... E parecia que tudo estava se encaixando, mesmo que com suas particularidades.
Uma primeira experiência magnífica... O medo do sozinho, o medo do silencio já não habitavam mais em mim, fui entregue a alma do que estava externo. Como descrever o poder daquelas bolhas de sabão? Elas entorpecem o ato e acabam liberando átomos do palhaço que se entrega tão facilmente aquilo tudo, que se doa sem medo de se cortar com a realidade dos jogos que lhes é apresentado. Por um momento, paro para analisar e percebo que tudo aquilo que nos foi ofertado durante as capacitações começam a fazer todo o sentido quando você está se preparando para o tão esperado encontro, aquele primeiro encontro! O qual você se veste de ansiedade e cria mil expectativas, tenta planejar os mínimos detalhes, mas quando se está vivenciando aquele momento único, tudo transborda sem conexão!
Por vezes, acaba fazendo sentido, e acaba saindo do seu controle, mas é algo tão encantador, tão entorpecente, que nada mais importa, só aquele momento, cada passo parece não ser só mais um passo, cada toque parece não ser sentido apenas pelo tato, o olho grita, a boca se esmaga de tanta fluidez, como se níveis da iniciação tivessem sido pulados para outra fantasia, um mundo a qual só temos noção que ele existe, mas que não está sensível suficiente para nos adequarmos a o que está diante dos nossos olhos.
Teve aquela tensão natural, é claro, principalmente, quando você está visitando com veteranos que te inspiram, Dra. Amora, Dr. Cafuçu, Dra. Nina e Dr. Caldynho, estes dois últimos tive menos contato durante o processo, mas o pouco que tive, pude ver o quão feliz é o brilho que sai de seus atos, sorrisos e percepções. Dra. Amora e Dr. Cafuçu, conseguiram me mostrar, indiretamente, a imensidão do não seguir o ato, de se desmontar em sua magnitude, na beleza de se entregar! Em todos os encontros teve algo de especial!
Teve um singelo momento que poderei guardar nesse coração que aqui pulsa de emoção: Uma mãezinha me puxou até a observação, a qual foi intenso! Lá pude desfrutar de outro ambiente que se enriqueceu na medida do possível, quando Dr. Serelepe, Dra. Amora e Dr. Cafuçu lá entraram, nada mais importava, se era tarde ou não, se o tal do “Chefe” havia nos chamado! Porque quando a enfermeira abriu aquela cortina da UTI, e com simples bolhas de sabão e acenos moderados aquele bebe, tão frágil encheu seus olhinhos de pureza, uma mansidão tão encantadora, levantou aquele bracinho com toda dificuldade e pode dá um tchauzinho para aqueles doutores do Y, que foi um ato tão caridoso, parecia que naquele momento tudo fez o sentido da vida, que não importa a circunstancia, se o seu coração se entrega a leveza, nada mais importa!
Parece que aquela frase: amor se escreve com Y, é puríssima verdade!
E aqui pude entregar mais um pouco do que me agradou a alma.
Elias de Brito (Dr. Serelepe) :o)

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