Precisamos de muitas coisas: respeitar os duetos, incrementar os jogos, intensificar os instantes, tornar mais cômicos os corpos sem se valer de tantos adereços, encontrar as roupas certas, aquela maquiagem, sentir mais os narizes, respeitar a arte, falar das quedas e de si.
É a esse momento que eu chamo de "Eu, Caio". Três coisas acontecem nessa frase:
1. "Eu sou Caio, prazer!". A pessoa fala mais de si e se deixa enxergar como um sujeito todo especial, singular, como todos somos.
2. "Sim, eu caí!". A pessoa fala da sua queda, da sua falha, onde ela acha que vacilou. Dividimos angústias de visitas e de máscara fora do lugar.
3. "Sim, eu caio, e daí?!". A arte do palhaço é a de cair em todos os instantes. Falar de e treinar como reinventar quedas para gerar graça.
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Queria muito que aquela tal de "medicina é ciência e arte" fosse verdade. A arte está muito longe de nossa faculdade. Não sinto que o Projeto Y, sendo um dos pouquíssimos a se aventurar de manter alguma conexão estabelecida com esse mundo, seja suficiente para promover grandes mudanças. Mas, o que mais admiro nele é se atrever a ser ponte. Ponte para um tempo que sei lá quando chegará. Será um dia em que aprenderemos (eu encarnado em meus tataranetos) anatomia e fisiologia com nossos próprios corpos. Sim, isso é erótico, e daí?! Perdemos a capacidade de ser eróticos de tanto querer sublimar as coisas. E de tanto sublimar, viramos técnica. Já pensou o professor falando:
- Pessoal, para entendermos a fisiologia da contratilidade cardíaca precisamos ver até que limite nosso coração pode bater, por isso gostaria de convidá-los a dançar.
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- Espero que dê certo! Já está dando! - diz o Beto.
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