terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Lições de palhaço antes da apresentação



B: Ei, salsicha falante!
A: Eu sou o ovo...
B: kkkkk... Amanhã é o dia de eu fazer que te falei.
A: O q?
B: Entrar na sala no meio da apresentação e fazer um esquete. Mas, tô me c... de medo. Já treinei aqui em casa, mas tô tremendo. 
A: Que bom! Eu odeio entrar em palco tranqüilo. 
B: Acho ótimo! kkkkkk...
A: Às vezes tinha pesadelo com apresentações teatrais. Nelas eu estava tranqüilo e NU! Freud explica?
B: Kkkkkkkk... Explica! Mas, eu não. E se ninguém rir? Só quero descolar aquela realidade. E deixar todo mundo: 0o wtf?!
A: Vai ser uma experiência e tanto de qq forma. É assim que a gente vai adquirindo experiência de platéia. 
B: Sim, sim.
A: Mas, você é muito bom. Sabe utilizar o silêncio. Não tem tanto palco quente. Sabe utilizar as variações de tom. Tem time. Tem tudo para dar errado!
B: Kkkkkkk... Espero cair! E outra coisa... sobre silêncio. Não vou falar nada.
A: Que seja feia a queda, então! Falas nesse sentido são mais que palavras.

B começa a falar o final da peça.

A: Silêncios de movimento em meio a movimentos. 
B: Sim, sim... entendo. 
A: Importa saber quando a lentidão cabe e quando a pressa. E você se toca disso. Ou pelo menos lembre que você um dia já conseguiu essas proezas de conseguir isso. 
B: Sim!
A: Convenhamos: a gente conseguir passar qualquer informação que faça o público ter a resposta que esperávamos se chama MILAGRE, MÁGICA, TRIUNFO. É f...
B: Sempre os milagres. BRAVO!
A: O mais lógico é se f... e se frustrar.
B: O que é time?
A: Eu dou uma deixa e você pega no ato. Mas, às vezes o ato não é bem o de repente. Então, você entende que tem que responder com um lag para ter efeito. Saber o tempo certo de entrar. Se for calcular sai m... Tem um certo feeling nisso. Uma coisa que não passa pelo racional. 
B: Sim, sim. 
A: Mas, por sentir o outro no palco, o outro platéia. É uma equação muito louca para se por em papel. Certeza que quem tenta calcular perde o time. Tem que se conectar. 
B: Poros. E tentáculos. Júlia falou muito de tentáculos. Serei polvo amanhã. Vou dormir agora. Obrigado por me dar mais medo. Feliz desaniversário!
A: Você está me devendo passar o caderno-júlia a limpo. 
B: Tenho que lembrar no final de semana. Nem tu lembrava. 
A: Sempre te lembro. 

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