quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Y fez-se a luz
Veio um menino bonito
Coberto por palhas
Aquecido pelo infinito
Para um mundo fechado
Rasgou-se o céu de espanto
Derramando gotas de brilho
Para quem só tinha de pranto
Para os habitantes calados
Cansados no leito da morte
De cada dia
Nasceu enfim o norte
Na alegria de um moleque
De sandálias e sujo nos pés
Brincador de esconde e de pega
Soltador de pião
Cantador de cordéis
Soltando divina pipa ele vem
Levando essa gente sofrida
No fio prateado da vida
Para um olhar mais além
Não foi em vão que morreu
Traído e pregado
Dando a esse povo ao léu
O divino remédio do céu
Felyz Natal a todos!!!
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
sábado, 18 de outubro de 2008
O que é o Y?
sábado, 11 de outubro de 2008
Agradecydos!
domingo, 21 de setembro de 2008
Centro cyrúrgico
Os acompanhantes ficam numa sala de espera logo em frente. Tudo o que entra no centro cirúrgico é religiosamente esterilizado, sejam os materiais, que são lavados adequadamente, sejam as pessoas, que se vestem com uma roupa asséptica.
O ritual de entrega do paciente se dá por uma janela que dá até o corredor do centro operatório. Os sujos maqueiros entregam o paciente em sua maca para os limpos auxiliares lá de dentro. Tudo para evitar infecção pós-operátoria.
Do lado do paciente, essa passagem é cheia de toda uma tensão, de um percurso que parece um calvário, de um lembrete martelando constante na sua cabeça que toda operação tem seu risco.
Dia normal no hospital. Todos andam pelos corredores, cada um com sua função. Cada um com seu destino.
Em frente ao corredor da cirurgia passam médicos, enfermeiros, auxiliares, maqueiros e estudantes. Passa também uma auxiliar de serviços gerais que leva um caixão de roupas limpas para abastecer o centro cirúrgico.
- Pára!!!
Escuta-se um grito destampado de alguém. Todos se assustam. Médicos, enfermeiros, auxiliares, estudantes. E pára a auxiliar de serviços gerais. Vêem uma figura estranha andando toda pintada e de nariz vermelho. É a Tampinha.
Todos parados. Sem saber o que fazer.
Tampinha se aproxima de alguém.
Sim. Ela se aproximava de um paciente que ia entrar.
Não. Ela se aproximava da auxiliar de serviços gerais.
Não, não. Ela se aproximava do caixão de roupas do centro cirúrgico.
Aliás... ela se aproximava das próprias roupas do centro cirúrgico.
- Vai dar tudo certo. – diz ela pras roupas que estavam em vias de entrar lá.
Ninguém se agüenta. Todos riem do carinho e da preocupação com que Tampinha tratou as suas amigas roupas.
E ela? Ela nem se dá conta das gargalhadas. Prossegue o seu percurso à pediatria do hospital, feliz por ter cumprido seu dever de ser humana com alguém... ou com algo... ou com alguma coisa. Com as amigas roupas.
Poderiam ser tampas, deve ter pensado ela. Ora, eram roupas!
(baseado em depoimento de um interno do hospital que depois de um ano nunca esquecera da cena daquela dia... ainda ria!)
terça-feira, 16 de setembro de 2008
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
A long long time ago...
Fortaleza, 18 de outubro de 2006.
Prezados artistas,
Meu nome é Daniel Magalhães Coutinho Mota, tenho 21 anos e estudo na Universidade Federal do Ceará, UFC, no curso de medicina aqui de Fortaleza. Apesar de ser um grande fã da dupla, abro mão de falar da minha admiração por vocês esperando alcançar um objetivo maior.
Faço parte de um projeto de extensão da faculdade chamado PROJETO Y, DE RISO, SORRISO E SAÚDE. Esse projeto é composto de alunos de medicina, enfermagem e psicologia que se vestem de palhaços para, utilizando toda a magia que essa figura traz, levar alegria e amenizar o sofrimento das crianças que se encontram internadas no Hospital Universitário Walter Cantídio, HUWC. Apesar de influenciados pelo projeto dos Doutores da Alegria, que atua em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, temos uma ferramenta a mais no ato de lidar com o ambiente hospitalar, pois temos um conhecimento mais técnico das situações com que nos deparamos, fazendo um verdadeiro papel de Doutores-palhaços. Enfim, o objetivo maior da nossa existência é preservar ou mesmo resgatar o espírito encantadoramente brincalhão que é inerente a toda criança.
Conhecendo nosso trabalho, convidaram-nos para uma apresentação especial no dia das crianças. Tratava-se de um caso mais delicado: eram cinco crianças que se encontravam internadas em um outro hospital, que não o que costumamos visitar, e que possuíam uma doença genética na qual a criança fica debilitada, ou mesmo impossibilitada de se mover, a maioria das vezes não fala e tem uma baixíssima expectativa de vida. Chegando lá, o primeiro choque foi o de que só estavam presentes quatro crianças, pois uma, infelizmente, tinha falecido. Mesmo incorporado no meu personagem, o Dr. CenÔra, o qual não costuma se afetar com os casos com que nos deparamos, esse dia foi muito chocante.
O objetivo principal dessa carta é falar de uma das crianças, o Charles, que foi o que aparentou maior debilidade. Não apresentou nenhum movimento no corpo e membros. A única manifestação dele era tremor da língua, comum nessa doença, e movimento dos olhos. Esses olhos resumiam sentimentos de uma forma inigualável que, mesmo que diversos poemas fossem escritos sobre o momento, e interpretações do mesmo nível das de vocês fossem feitas, ainda assim não sentíramos toda a vida que aqueles olhos mostravam presa naquele corpo imóvel. Uma das palhaças que estavam com ele perguntou, então, para a mãe do Charles de que música ele gostava, pois caso nós soubéssemos, tocaríamos. Foi então que ela disse que o garoto adorava vocês. Sabendo disso, a palhaça veio eufórica me chamar, pois sabia que eu sou admirador do trabalho de vocês. Foi então que eu comecei a tocar “Durmi na Praça” e “Ligação Urbana”. Isso foi o bastante para ele passar, através daqueles mesmos olhos, imensa alegria por estar ouvindo “Bruno e Marrone”. Mesmo que uma pessoa mais fria tentasse se convencer de que nada de especial ocorria naquele momento, o monitor cardíaco do menino impedia isso, pois ao tocar SUAS músicas, o aparelho acionou um alarme que chama a atenção de algum profissional presente, caso os batimentos cardíacos da pessoa monitorada aumentem de forma incomum. E foi exatamente isso que ocorreu. Também fiquei assustado na hora, mas nos informaram de que podíamos continuar, pois ele “apenas estava emocionado”. Emocionado como não observamos nem quando o garoto recebeu presentes de dia das crianças, nem quando fizemos “bichinhos” com bexigas de festa. Ele simplesmente agradeceu a música como sendo o melhor presente que recebera naquele dia.
Esperançoso, sonhei que poderia fazer esse relato chegar até suas mãos e então vocês julgariam o que era ou não possível de se fazer por mais um desses seus milhões de fãs. Na minha humilde condição, sonhei que vocês poderiam fazer uma visita surpresa a ele em sua estada aqui em Fortaleza. Eu só queria poder levar essa alegria para uma criança que, sem ter sequer vivido metade do que vivemos e ter enfrentado problemas muito piores do que qualquer um que nós sonhamos viver, ainda consegue passar tanta chama, tanta vontade de viver, tanto amor, para quem o observa. Enquanto isso, só peço que nos ajudem nas orações para que Deus faça o melhor por esse pequeno anjo. Estou enviando fotos dos palhaço e do Charles, e estou anotando meus contatos para que, caso seja possível, vocês se comuniquem comigo para combinar alguma coisa. Agradeço pela atenção.
De um fã, e esperançoso acadêmico.
domingo, 10 de agosto de 2008
O primeiro encontro ...
e tudo o que o Allan falou nas oficinas veio à tona! sobre o Vazio, o tudo ou nada, o estar no jogo quando se tem o nariz no seu nariz..
a sensação tão falada pelo os outros do projeto quando ainda eram aspYras também veio (pelo menos pra mim): que a hora da maquiagem seja eterna enquanto dure e que dure para sempre, pq se tem um pouco do estômago quase saindo pela boca quando não se sabe o que te aguarda atrás da porta.
atrás da porta? ahh.. atrás da porta tinham crianças que tomavam aguinha pela mão e que usavam um chapéu de esparadrapo bacana na cabeça; tinham celebridades: a prefeita e o cara do dicionário; tinham aquelas que não sorriam tanto, mas ficavam encantada com o brilho da bolinha de sabão; tinha aquela que queria explodir o quarto e dominar o hospital, mas não houve negociação pra que ela abortasse o plano.. ah! o paparazzi! sim, pq tirar fotos em poses "NATURAIS' também faz parte do mundo das celebridades de narizes e jaleco :D
e no fim?
no fim, restaram sorrisos.. nos rostos das crianças e nos nossos..principalmente. creio que eternos sorrisos toda vez que esse momento for relembrado.
e sabe aquele estômago que outrora tava quase saindo pela boca? coloquei-o todo pra fora! sim! pq fui preenchida por uma paz inexplicável e por uma alegria sincera, sem culpa e sem preocupação, igualzinha a que eu sentia quando era piveta.
mas.. todo carnaval tem seu fim.. só que esse é o primeiro de muitos!
agradecimentos a todooooos do projeto que nos receberam tão bem sexta, agradecer a Kaila, a Ilze e a Carla que tavam no Sabin com a gente, dando tooodo o apoio e ao resto do pessoal, que, com certeza, tava passando vibrações positivas pra gente. ;D
e, agora:
EU VOU.. EU VOU..
PRA CASA AGORA EU VOOOU!
parara TI BUM! parara TIBUM!
EU VOU.. EU VOU EU VOU EU VOU!
/o/ \o\
sábado, 26 de julho de 2008
Sobre os companheyros da UECE
Uma moça chamada Natália passou na UECE*. Mas, ela queria UFC**. Não pela UFC ser novecentos e quarenta e três mil, oitocentos e cinqüenta e sete anos mais velha que a UECE. Não era pela tradição. Era pelo Y. Então, quando ela entrou na UECE, o primeiro sentido de seu movimento foi ir atrás de algum Y que estivesse por lá. Nada. Mas, o seu amor pelo ydeal era tão grande que ela quis construir um, porque a vida dela, nesse momento, se atraía para esse pólo magnético. E qual não foi sua felicidade ao ser recebida com tanto carinho pela gente, e ter recebido de nós tanto apoio à iniciativa.
Contamos um pouco de nossa história. E queria deixar registrado algumas respostas que foram importantes, pra mim, formulá-las.
- Qual a maior dificuldade enquanto grupo?
Então, me lembrei de grandes figuras que ajudaram a erguer o projeto, do conflito de interesses, do conflito de opiniões, da guerra (guerra mesmo) sobre as leis que iriam nos reger, das brigas (brigas mesmo) que quase separaram o Y, mas que no final o deixou mais unido e ciente do que queria.
- O encontro da identidade, respondi. O mais difícil foi encontrar uma identidade para o grupo.
Me surpreendi com minha resposta, porque sempre pensei que o Y fosse heterogêneo, cheio de personalidades que constantemente se chocavam, queira ver a bagunça que são as nossas reuniões administrativas. Mas, percebi, confrontando-nos com esse passado, que tínhamos uma identidade. Percebi que nunca de fato brigamos após a desgastante guerra inicial. Por mais que brancos e augustos se pegassem no tablado de nossa sala, existia um clima de necessidade uns dos outros. Ainda que uns, de quando em vez, dêem menos de si para o Y, em outro momento retomam força e compensam sua inatividade anterior. Aqueles que não se adequaram ao Y, saíram em pouco tempo, os que resistiram se uniram forte, num quebra-cabeças que pelejava por crescer. Mas, nunca alguém poderia ter se unido se não houvesse realmente uma essência que dissesse o que é necessário para nos unir. Nunca alguém teria se afastado se não houvesse um confronto com uma unidade que lhe houvesse dito: eu sou assim, o que traz pra mim? Por mais diversos que fôssemos, tínhamos uma unidade. E essa unidade foi uma percepção e uma conquista.
- Qual foi a maior dificuldade enquanto palhaço?
Então, pensei no medo que tinha de entrar no hospital, de enfrentar o mundo da super-ordem, dos cargos e encargos, das funções eternamente vigilantes para organizar o caos das doenças, de encarar os trabalhadores disciplinados para fazerem rodar o progresso e a cura. E qual não foi minha surpresa quando percebi que também foi o encontro de minha identidade a coisa mais difícil pra mim.
A identidade mesmo no sentido de quem sou, enquanto palhaço. Mas, não um ser sozinho sem mundo. Um cavaleiro sem nome e beduíno. Mas, sim, um ser-no-mundo, no mundo do hospital. Minha função lá. Minha pertinência naquele contexto. E mais do que isso. A aceitação de quem eu era por aqueles que deveriam ser comigo, um ser-com. Um ser-com-o-servente, um ser-com-a secretária, um ser-com-as enfermeiras, -os-porteiros, -os-guardas, -os-médicos. Porque ninguém é sozinho. A minha identidade não depende só de como eu a construo, mas de como eu a construo vivendo em um mundo, e vivendo com outros no mundo. E foi no dia em que eu vi no computador do recepcionista uma foto deles com a gente, palhaços, que eu percebi que eu havia sido aceito por uma família. E isso me mostrou um pouco mais quem eu era. Eu era importante pra eles, na mesma medida que eles pra mim. Acerola.
Não é tanto o fazer rir. Eu acho, e sempre defendi, que somos muito mais do que animadores de um recreio. Já não falo só das crianças, mas delas também falo. É que nós, com palhaços debaixo do jaleco, mostramos que o que somos por debaixo dos uniformes, dos aventais, não faz parte do universo dos uniformes e dos aventais, faz parte do mundo das peles. As peles pintadas, (caras-pálidas e narizes-vermelhos!), as peles furadas, as peles suadas, as peles enfeitadas, as peles desajeitadas do mundo lá fora que é muito mais do que instituição. A minha pele, artesanalmente por mim moldada, mostrando quem eu sou, numa identidade que ninguém tem o direito de dizer que não é arte, por mais ridícula que pareça. Palhaço.
Não veio de mente humana essa iniciativa, ou não veio só de mente humana. Esse movimento todo se mostra como uma necessidade urgente de nossos tempos. É Espírito que transcende nossa manufatura da história. É encarnação. Transubstanciação, talvez. "O espírito sopra onde quer e ninguém sabe de onde vem, nem para onde vai". Está ele indo para os rumos da UECE. Sejam felizes e contem conosco!
*UECE é a Universidade Estadual do Ceará
** UFC é a Universidade Federal do Ceará
quinta-feira, 17 de julho de 2008
A long, long, long, long time ago!
Dia de vYsYta. 12:15 todos prontos. Dra. FuYnha, Dra. PoPLÝtea, Dr. SyByLuS e Dra.XyXyRyCa (eu) já estavam preparados para mais um dia. Carla que se encontrava na Palhaçolândia demostrava certo descontentamento, não entendi o porquê, afinal horário é horário.
E lá fomos nós. Armados de martelos... “Se alguém pular em mim leva martelados”, disse o SyByLus, mas calma é de brinquedo =); bolhinhas de sabão (sempre elas) e estrep..estetos..TELESCÓPIOS! ou seriam leitores de mente?! O.o
NO HALL...
-Quantos engolidores de melancias! Vocês hoje estão por demais gulosos.
-Olha, esse falou comigo! (pulos de alegria, tentativa de comunicação)
A mãe sorrir! (tão bom sorrir)
-Psiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiu!!,faz guarda Melo pedindo pra falarmos baixinho!
-Tá, ta, todo baixinhos, e baixinhos foram atrás das pessoas baixinhas, mas XyXyRyCa na sua já mania por cumprimentar a todos várias vezes atrasa todo mundo.
-Pêra, só estou sendo educada =)
-Opaaaaaaaaaaa! Olha o que eu achei.
Uma criança tímida é vista, mas passar por baixos das cadeiras, por cima e por baixo de novo e senter numa cadeira vazia (ops, tinha criança) resolvem o problema. Sorriso visto, missão cumprida =)
ESCADAS (Tum,Tum,Tum,Tum) CORREDORES, CANTINHO DO AMOR, trânsito interrompido. BIiiiiiiiiiiiiiii BIiiiiiiiiiiiiii Biiiiiiiiiiii...podemos seguir!
...
NA PEDIATRIA...
Logo na entrada, ali onde roubam-se laranjas (será que eu podia escrever isso?) Malu nos encontra.
-Que bom que vocês chegaram!! (Sorriso) Pensei que fosse embora sem me despedir de vocês. Braços dados e lá vamos nós.
4° QUARTO:
-Olha, A XyXyRyCa. O Rony (aquele, o menino dos estrangeiros, tímido ,que não fala com ngm e fica sentadinho só olhando tudo) passou a semana cantando e dançando “Vai XyXyRyCa, vai, vai, Vai XyXyRyCa”, pensaram até que fosse uma música que ele tinha ouvido no rádio. (falou a mãe)
Música citada, música cantada, música repetida e “Vai XyXyRCa”. Agora são os pés que sorriem!
Quanto ao RoNy? Ele continua apenas olhando e sorrindo timidamente, mas sei que a lembrança e como fica!
...
Alguém tem dúvida que SyByLuS + martelo = péssima combinação?
MARTELADAAAAAAAAS...na XyXyRyCa como sempre!
-Quem foi?
-Foi, foi, foi ele! SyBylus aponta pro Jhon Eric – martelo repassado “discretamente”
-Nãoooo, Foi o Palhaço, tenta dizer o menino.
-Quem foi? >/
-Foi ele, já falei.
E virou pega-pega agora
Estrangeiro fugitivo a caminho da brinquedoteca. Palhaços atrás do fugitivos em direçã a brinquedoteca (será que isso pode dar certo?)
Opa, tem gente, ele conseguiu se safar mais uma vez. JuJuBas, BaNaNas, jogos que palhaços tentaram jogar (ou seria atrapalhar?) e um pedido
-Vai XyXyRyCa, Vai, Vai XyXyRyCa.
E no meio da dança...
-XyXyRyCaaaaaaaaa, deixa apresentar meu pai é que a gente já ta indo.
A Malu tá indo. Ela que acompanhou toda a visita veio dar tchau.
Despedida...sorrisos
-Volta Fuinha, você não pode ir pra Rússia com ela. É longe
Abraços, sorrisos!
Tchaus e a certeza que fica tudo bem!
+ Despedida...
-A Lídia ta indo pro ICC, vocês ainda visitam lá?
-Sim, sim!
-Lííííííííííídiiiiiiiiiiiiiiiaaaaaaaaaaaaaaaaaa...
Uma olhada, um tchau discreto. Nem sempre é fácil, né?!
...
Martelos reaparecem ¬¬
- SyByLus, fica quieto que eu vou ouvir a cabeça do jhon!
Mas o menino pede pra ouvir.
- Tá bom, pode ouvir a minha.
-Ow, palhaço, ela ta dizendo que quer te dar uma martelada.
-Ei, Jhon, nem falou isso, eu reclamo.
Martelada na XyXyRyCa
-E agora, pergunta SyByLus!
-Continua dizendo que quer te dar uma martelada.
Algumas marteladas depois!
-Cansei, ler a dele agora, Jhon!
-Tá!
-E ai?
-Tá dizendo que quer te dar um abraço!
Olhares cruzados, sorrisos nos rostos
-Ooooooooooooooooooooow #)
Comprimido coletivo.
E assim foi mais uma visita de sorrisos, descobertas, lembranças que ficam (e agora tenho certeza que ficam)e marcam e melhoram e agradam. Meninos que improvisam e surpreendem. Despedidas alegres, outra nem tanto. Sorrisos, de pés, mãos, rostos, barrigas, tímidos, extravasados, desdentados ou não, gargalhadas, contidos, amarelos, branco ou azuis sorrisos, sorrisos.
Dra. XyXyRyCa (Lorena William)
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Resultado da Seleção - 2ª Fase
Algumas elucubrações ...
“O que está escrito em Y, com o Y ficará guardado se lhe der prazer/ A vida segue sempre em frente, o que se há de fazer/ só peço a você um favor se puder/ não esqueça o Y em um canto qualquer... Não esqueça o Y em um canto dentro de você, não o destrua ou mesmo omita-o. Foi uma HONRA ouvir cada um de vocês Ynianos, selecionados ou não. O mundo onde nós trabalharemos precisa de vocês, as crianças (novas ou mais experientes) precisam de vocês, o projeto precisa de vocês, eu preciso muito de vocês. Sinto-me como um vampiro que para renovar minhas forças roubei seus sentimentos... Espero então que segundo a lenda, nós os tenhamos transformados em seres com a igual necessidade que nós. A necessidade de SORRIR, mesmo com dor, com saudade, com dúvidas, com ausência de saúde... SORRIR para viver... Parabéns aos 20 Ynianos, e sejam bem vindos, novos selecionados.”
Daniel Magalhães Coutinho Mota
Dr. CenÔra
“Um dia dYferente, para uma seleção completamente dYferente e subjetiva ... parecíamos mais nervosos que os próprios candidatos! Como escolher entre tantos talentos e corações tão genuYnamente Y! E como não ser injusto com candidatos que dispuseram um dia inteirinho para nós, que fizeram currículos originalmente criativos (sim ... descobrimos cada talento perdido :o), especialistas em besteirologia, ilusionismo, mimiqueiros , mugangueiros, dependentes e viciados em sorriso e carinhos, cantadores, dançarinos e enroladores dos mais inusitados, adoradores da vida, poetas, contadores de história, fazedores de origamis ... uff ... !), textos repletos de sentimento e vontade de transformar, de não ser mais um profissional de saúde ... de não ser mais um ser humano!
Conhecemos, com todo o respeito, um pouco do mundo de cada um, que desavergonhadamente (literalmente! ), compartilhou seus segredos, desejos e medos mais íntimos!
Depois de horas de discussão, dor de barriga, fome, estica e puxa, vai e volta, dúvida e desdúvida ... escolhemos os 11 que farão parte da nova geração Y (e só não foi mais porque não podíamos meesmo!) ! E ... como diz a lYenda ... “Aviso-lhes logo, que a visão do Y não é privilégio desses palhaços. Ela está nos pequenos, está nos simples, está nos alegres, está nos misericordiosos, está até naquele verdureiro da feira do dia de sexta que deixa o olho brilhar quando vê as piruetas de alguns augustos e brancos que percorrem a rua sem medo de ser felizes.”
Que felYz ! Vcs são super bem-vYndos!
Gabriela Maia Mota
Dra. Marmota
Se seus objetivos não foram alcançados, não desista! Não é um momento que determina quem você é, não deixe isso mudar sua vida! Conserve sua essência, continue a acreditar em você! Não é por causa de um obstáculo, de um imprevisto que você deve desmoronar. Aprenda com essa situação, amadureça! Nunca deixe de tentar!
A todos aqueles que passaram, PARABÉNS!! Que aquilo que os motivaram a fazer a seleção continue aceso em vocês! Que o que tanto os encantou seja canalizado agora para a prática! Vocês têm a oportunidade de agir, então ajam! Não se esqueçam jamais daquela pessoa nervosa, enfrentando um desafio, submetendo-se ao desconhecido por acreditar num ideal. A vontade virou um sonho, um sonho que agora é verdade. Sejam bem vindos, Ypsilonianos!
Carla Pires Vieira de Oliveira
Dra. Cartola Cambota
Um dia todo disponível para o Y, um dia todo compartilhando histórias, vidas, risos, loucuras, habilidades, sentimentos. Isso já bastaria para compartilhamos um sonho, isso já basta para compartilharmos um sonho. Integrantes ou não do projeto fazemos parte de algo maior, acreditamos que somos capazes de sermos diferentes, de fazermos a diferença.
Infelizmente tínhamos de escolher entre tantos Y´s, alguns para serem selecionados, mas que todos nós continuemos Y para lutarmos pelo que acreditamos, para divulgarmos nossos sonhos, ideais, fazermos a diferença, para espalharmos sorrYsos. Que continuemos Y, que sejamos Y, que nosso sonho continue em cada um de nós.
"O sonho encheu a noite
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida
E é dele que eu vou viver
Porque sonho não morre"
-Adelia Prado-
Parabéns aos Ynianos e Boas vindas aos novos selecionados.
Lorena de Holanda William
Dra. XyXyRyCa
And the noses goes to ...
Beatrice Nuto Nóbrega – Medicina
Fábio Camelo Mourão – Medicina
Iale Cardoso Nottingham – Enfermagem
José Saulo Martins de Oliveira - Enfermagem
Natália Correia Máximo Feitosa – Enfermagem
Patrícia Pontes Aires - Medicina
Rebeca Holanda Arrais – Psicologia
Renata de Paula Joça da Silva – Medicina
Ticiana Fernandes de Oliveira – Medicina
Úlima Rates Duete – Medicina
Vanessa Timbó Canamary– Medicina
Gostaríamos de comunicar que , como havíamos combinado, vcs passarão por um curso de 40h com o nosso Yrmão Allan (um dos fundadores do Y) antes de iniciarem as visitas. Para que vcs possam estar na ativa tão logo no próximo semestre, propomos que as ofYcinas comecem o mais breve possível ... tipo, essa semana !
Até amanhã entraremos em contato com vcs para combinarmos o dia e local da primeira ofYcina!!
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Resultado da Seleção da 1 fase
Quem se lança em uma seleção se permite ser julgado, e quem se propõe a julgar assume responsabilidades pelos erros que pode cometer.
Em uma faculdade em que o tempo sempre é pouco para estudar para as provas, para participar de estágios ou projetos que seriam “importantes” para nossa formação acadêmica, nos dispomos a fazer parte de um mundo diferente, e quando abrimos vagas para novos integrantes que naturalmente existiriam no mundo real, ficamos renovados em saber que nós estamos em um número bem maior do que rotineiramente vemos.
Uma seleção em que 35 acadêmicos oferecem seu tempo livre e até ocupado para fazer algum material que seja reflexo do ser HUMANO ainda existente dentro de cada um, nos dá a sensação de que o julgamento a que nos propusemos fazer é bem mais profundo do que parece, pois não estamos só medindo o nível cognitivo, capacidade intelectual, raciocínio, pontualidade dos candidatos... estamos tentando ver dentro de cada uma das 35 PESSOAS que nos confiaram seus sentimentos quem contribuiria melhor com uma fYlosofYa em sua condição de ‘Projeto de Extensão”.
Somos cientes dessa responsabilidade, e foi por isso que após mais de 6 horas de discussão, ainda não saímos satisfeitos com o resultado, não por achar que os escolhidos não mereceriam, e sim por ter certeza de que aqueles que ficaram de fora fazem parte desse nosso mundo. Infelizmente, o Projeto de Extensão tem de escolher alguns, e nessa caminhada convidamos
Adriana Barros Carneiro-Medicina 1° semestre
Amanda Lima Silva-Psicologia
Andreza de Sá Gomes-Efermagem 2° semestre
Beatrice Nuto Nóbrega-Medicina 5° semestre
Fábio Camelo Mourão-Medicina 1° semestre
Francisco Airton Araújo Neto-Psicologia 4° semestre
Iale Cardoso Nothingham-Enfermagem 2° semestre
José Saulo Martins de Oliveira-Enfermagem 5° semestre
Naiana Oriá Soares-Medicina 1° semestre
Natália Correia Maximo Feitosa-Enfermagem 1° semestre
Patrícia Pontes Aires-Medicina 2° semestre
Pedro Samuel de Valões Barcelos-Medicna 2° semestre
Rebeca Holanda Arrais-Psicologia 1° semestre
Renata de Paula Joça da Silva-Medicina 2° semestre
Sâmara Silva Silveira-Psicologia 1° semestre
Suzy Kelly de Melo Barbosa-Medicina 3° semestre
Thayná Néri Andrade-Psicologia 1° semestre
Ticiana Fernandes de Oliveira-Medicina 4° semestre
Úlima Rates-Medicina 1° semestre
Valdir Barbosa Lima Neto-Psicologia 1° semestre
Vanessa Timbó Canamary-Medicina 2° semestre
para passarem um dia conosco e nos conhecermos um pouco mais, para tentar encontrar aqueles que melhor se adaptariam ao grupo.
Esse encontro será dia 06 de julho (domingo) iniciando às 9:00 horas da manhã na casa da Carla (Rua Prof Euclides César 193 Dunas). Compareçam usando roupas leves o bastante para fazer exercícios (evitem saias). Durante as entrevistas tentaremos deixar a espera menos monótona. Quem quiser pode tomar banho de piscina nesse período. O almoço é por nossa conta. Parabéns e até lá.
Quanto aos outros, desejo votos de perseverança, que não abandonem a causa que se dispuseram a defender por não terem passado por essa seleção. Lembrem-se de que essa fYlosofYa é bem maior que qualquer registro na Pró-reitoria. Obrigado pela confiança, reconhecimento e identidade. A gente se encontra pelos corredores da vida, independente de que cor estejam nossos narizes.
“A vitória de um homem, às vezes se esconde, num gesto forte que só ele pode ver...”.
Comprimidos apertados em todos.
(do seu) Projeto Y de Riso, Sorriso e Saúde.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
domingo, 1 de junho de 2008
Resumo
OBJETIVOS: A atividade “Ser palhaço em Y por um dia” foi proposta pelo Projeto Y, de Riso, Sorriso e Saúde, projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará fundado há 3 anos, que integra estudantes de medicina, enfermagem e psicologia e cuja atuação abrange visitas semanais à Enfermaria de pediatria do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e do Hospital do Câncer do Ceará. Os integrantes do grupo durante as visitas caracterizam-se de “doutores palhaços”, utilizando o lúdico para a transformação da rotina hospitalar, aliviando, dessa forma, o sofrimento dos pacientes internados. O Projeto Y é reconhecido pela “International Federation of Medical Student´s Association (IFMSA)” como base para a criação de projetos a nível nacional (Sociedade Brasileira de Palhaçoterapia) , e a nível internacional (Smile X), de modo a incentivar a fundação de projetos semelhantes, tornando-se referência no Brasil e no mundo. Objetivou-se, então, a partir do “Ser Palhaço em Y por um dia”, promover a apresentação do Projeto Y e sua proposta de relação terapêutica aos demais membros da comunidade acadêmica, através da oportunidade de poderem vivenciar uma visita ao HUWC como se de fato participassem do grupo. Dessa forma, pretendeu-se divulgar a proposta de humanização do projeto, sensibilizando os futuros profissionais de saúde.
METODOLOGIA E RESULTADOS: Divulgou-se edital, a partir do qual selecionaram- se cerca de 30 estudantes de medicina, enfermagem e psicologia da UFC. Realizou-se então uma capacitação, repassando como seria a visita, os devidos cuidados que se deveria ter na mesma, assim como dicas de interação com as crianças, acompanhantes e profissionais de saúde. Finalmente os selecionados foram distribuídos em grupos de 4 juntamente com integrantes oficiais do projeto, a fim de que os mesmos pudessem assessorá-los durante a visita. Cada grupo realizou a visita à Enfermaria do HUWC em um dia da semana diferente. O resultado foi uma ampla aceitação da comunidade acadêmica demonstrada pela participação considerável dos estudantes, bem como o reconhecimento por parte deles da relevância do projeto em suas formações, que pode ser visto no seguinte relato autorizado de uma das participantes da atividade: “Visitar as pessoas hospitalizadas não como médico estudante-futuro-médico, mas como palhaço, nos faz ver as pessoas por outro ângulo, justamente como pessoas que elas são, e não como pacientes, o que acaba refletindo positivamente no médico ou estudante-futuro-médico, e no tratamento que ele dá ao seu paciente e à pessoa que é paciente”.
CONCLUSÃO: A experiência mostrou ser bastante eficaz como proposta pedagógica, visto que desperta nos seus participantes o reconhecimento de que ações concretas na transformação da educação do profissional de saúde ora vivenciada no hospital escola da UFC contribui de forma diferenciada para a humanização da medicina.
terça-feira, 27 de maio de 2008
Encontrar o seu palhaço ...
domingo, 25 de maio de 2008
Francysco de Assys
sábado, 26 de abril de 2008
O Relato
-Aí, visita hj??
-Não, visito não!
-Ei, vamo visitar hj??
-Não, hj não.
-Vamo vai ser rapidinho.
Eu tenho aula do Marcelus, tenho de sair cedo!
-Não.
-Vamo, vamo, vamo?
-Eu não já disse que não, mala!
-Vamo, por favor?
-Ow zé mané, hj não, não tou afim.
-Mas, pq?? É tão bom! Eu te defendo.
-Não tou em clima, tou super estressada!
E não tou a fim de ser saco de pancada de novo!!
-Eu disse, te defendo!
-Té parece, ué....
-Tá.. tou indo almoçar Mas, vamo visitar?
-Não, não e não.
E tudo começou assim...
Xyxyryca já estava quase pronta quanda Cartola entra na sala. Oba, vamo visitar!!! Fuinha aparece logo em seguida. Só o Sybylus que tava com problema existencial, recusou ir. Xyxy resolveu levar tudo que podia e até um sapato meio ronald mcdonald's que encontrou. Cartola com raiva gritava, quem escondeu o prandero?? Quem escondeu o prandero?? E fuinha, em cima da cadeira, fazia da cartola da cartola, uma cesta de basquete para bola de malabaris. Confuso? Acho que não! E lá foram as 3.
Cartola, que havia prometido defender Xyxyryca, pegava o cacetete do segurança pra bater nela, que fugia. Enquanto, Cartola devolvia o objeto, Fuinha e Necessidade Fisiológica Número 1 socializavam. Cartola, que não é Cambota, chega de mansinho e Fuinha lhe mostra uma criança. Oops, ela não podia descobrir que tinha sido descoberta. Tudo continua calmo, até a Fuinha puxar a cartola da Cartola.
Bolas, Bolas, de todas as cores, para todos os lados. O menino vira o peru, as bolas viram bolas de futebol, a cartola vira a cesta, e as bolas viram armas na mão da Cartola. Guerra! E advinha quem é o alvo??? Xyxy se esconde com medo, Cartola erra a mira e quase acerta a cabeça de uma mulher. Xyxyrica responde, cartola desvia e a bola acerta um homem. Todos entram na brincadeira e o alvo verde-laranja continua escondido. Um pé fora da trincheira e... é acertado de todos os lados.
Calma , elas ainda tinham de ir para a pediatria, depois de catarem todas as bolinhas, se despediram. Xyxy derruba a cartola obejto, foge sequestrando a Fuinha e lah se vão todas as bolinhas.
Mais na frente, as palhacinhas se encontram e um "pequeno" sapato rubro-amarelo se desemancha. Um pediatra, um pediatra, socorro, socorro!! Tem algum pediatra aí?? O Pé da Xyxyryca tá doente. Um pediatra, socorro!! Um louco sai correndo do refeitorio e pula em cima das palhaças. Necessidade Fisiológica com um pé a menos já nao se agüenta em pé, ainda mais com o louco em cima dela que não sabe onde tem pediatra. E a busca continua.
Cartola, de repente, está sozinha quando recebe um comprimido. Ah ela quer outro. Dois comprimidos! Oba!! Depois ela vê fuinha tentando entrar num quarto se batendo no vidro. Ow burra, não é assim, tá vendo aquele espaço lá em cima, é por lá que se entra. Oh, eu te ajudo, sobe aqui! Eis que do banheiro lá de dentro, perseguida por uma toalha, surge ela, Sarinha, "é por aqui"! E a gente pode entrar? "Pode".
Uuuuh,aaaaaai,uuui, ai. Não dá, não passa! Ai, ui, ai!!!
"É uma de cada vez".
Ah tah, primeiro tu, não primeiro tu. Primeiro tu. Não, primeiro tu! Eu disse q era primeiro tu, então é primeiro tu! Não, primeiro tu! Primeiro tu. Eu sou gentil, primeiro tu!
"Não, são as duas de uma vez".
Huum, ui, ai, ui. Não dá, não passa.
"Dá pra vocês duas parar de besteira??"
Ah, então tá. Primeiro tu, não primeiro tu....
"Ai meu Deus"
Entrei, entrei. Tá, vou em segundo então.
Sarinha começa a examinar as palhaças, quando, um fantasma aparece: BUUH! Aaaah... eu tenho medo. Aaah. BUUH! Aaah.O exame continuou quando descobriu-se que o fantasma tinha comido um menino. E tudo corria bem e alto, mt alto.
Ei, ei a mentirinha tah chamando vocês. Mentira, que a mentira não veio hj. Tah sim. Mentira. Por causa do barulho foram as palhaças expulsas do quarto.
Descobrimos que a suposta mentirinha era a Xyxyryca que se encontrava no meio do leito, em cima de um palanque, protestando num microfone. Aparentemente, ela também tinha sido expulsa de um quarto, não só ela como todas as camas e crianças. O quarto estava vazio e ela protestava.
Ei Cartola, vem aqui. Senhoras e senhores eu apresento para vocês CAMBOTA, olha as pernas tortas dela. Eu não sou Cambota. É, sim. Não. Sim. Não.
Sarinha vai ser a juíza e afirma Cartola NÃO tem as pernas tortas.
Concurso de poesia, valendooooooo. Iane ganha com nunca troque o olhar de quem te ama por um beijo de quem te engana!
Valendo uma TV, quem vai cantar, quem vai cantar?? Cri, cri, cri..
Valendo um dia perfeito a sós com a Xyxyryca, quem vai dançar?? Cri, cri..
Se ninguém dança, vai Xyxyryca...
Xyxyryca vira o piso molhado. Cartola lê piso molhado. Então ela pisa no molhado e pisa molhado, acidentalmente, nas costas da Xyxy. Oops, ninguém viu e nao sujou naaada.
Volta com o concurso, Sarinha é a juíza. Quem é a mais bonita? Cartola. A mais legal? Cartola. A mais séria? Cartola. A mãe dela afirma, ela não sabe mentir.
Volta a bagunça, Xyxyryca quebra o outro pé e mais confusão. O chefe chama. Mais confusão. Xyxyryca anda agora com os pés na bunda e a marca de um nas costas. E a bagunça continua.
Fuinha e Cartola sequestram Xyxy. Duas crianças as esperavam lá fora. Comprimidos e tchau. Xyxyryca some. Sarinha se despede das palhaças e pergunta pela a outra. Quase ao choro, ela só queria se despedir, aquele poderia ser seu último dia ali. Cartola tinha um plano. Ela levaria Sarinha até o encontro de Xyxyryca que iria voltar trazendo a garota. Pode ser? Pode!
Elas já iam embora quando escutam, ei esperem por mim!! Aparece a gaiata com um copo na mão. Pronto feita a despedida. Um paradoxo. A felicidade é enorme, sarinha vai-se embora dali. A tristeza é enorme, sarinha vai-se embora dali. Nada de egoísmo. Alegria, alegria.
Elas estão indo, afinal o chefe já gritava ha tempos. Mas surge um convite, hemodialise. E lá vão elas. Prometendo que ia ser bem breve, era só oi e tchau. Mas é impossível, simplesmente impossível. É tão bom ver o sorriso de uma criança num adulto. Um sorriso ingênuo, espontâneo que surgia ali, naquele ambiente totalmente impropício.
A volta, correndo, rápido. Mais uma vez, Fuinha e Cartola arrastando Xyxyryca.
Na saída mais um louco... E aí cara??
Rápido, rápido, rápido. Enfim, pontuais como sempre.
Alguns minutos depois:
-Ei muito boa a visita hoje!
-Demais,tou esgotada!
-Silvanaaa, uma agua e um nescauzinho.
-Água Silvana, água!
Tou lascada, minha aula do Marcelus.
-Tu vai ser esganada.
-Pois é, eu sei. Ai meu Deus.
-Vai logo, vai.
-Tou indo... oops mó barulho na minha sala.
Vou correndo pra aproveitar...
-Tchau-Tchau.
Na sala:
"As camisas do bichurrasco serão..."
Ei cadê o Marcelus? Chegou ainda não.
Mais alguns minutos:
"Gente, desculpe mas eu tava numa reunião do departamento..."
Existem dias que começam mal, mas basta um pouco de alegria para modificá-lo totalmente, tudo flui ao seu favor, tudo parece dar certo. E são esses dias inesperados que se tornam simplesmente perfeitos.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Brincante
com as crianças
Até sobrevir as rodas
Quando
então
passou a brincar de roda
Mas
se foram os braços
E se meteu a brincar de guia
Era guiado o tempo todo
por um bando de moleques
E sorria!
A roda acabou
Lhe tiraram as rodas
E teve de parar
Inventaram de inventar nova brincadeira
Que era a dos olhos
Seus olhos eram detetives sem par
Abertos. Fechados. Abertos
Comandavam
os moleques
a dançar
Ficando depois cego
Teve medo de ficar
sozinho
Mas
quão grande alegria
Não deve ter ele sentido
Quando
todo desprevinido
Sentiu milhões de toques vizinhos
!
Morreu
então
o bricante
- Enfim e sem pressa -
E como se esperassem algo
Sentados
passaram a bater palmas
Para uma alma que girava
De pernas saltitantes e braços soltos
Olhos fulgurantes
e
tronco mamulengo
A brincar e brincar
Levando ao delírio
um bocado de moleques.
domingo, 6 de abril de 2008
" ... eles sempre se encontram no final, num lugar chamado sorriso."
Assim sendo, seguimos viagem e na enfermaria seguinte ví um Dr Cenoura impressionado com a possibilidade de fazer churrasco com uma das crianças, bem carnuda por sinal, no ponto de abate. Juntos tentamos convencer a criança que seria um sacrifício nobre em favor dos palhaços famintos.Ele não gostou muito e começou a chorar. Acho que era vegetariano.
Seguimos até outra enfermaria. A Maria, tão pequenininha, mas um sorriso tão grande, tão encantador. E o gabriel, já se preparando pras Olimpíadas de Pequim exercitando suas pernas com sua fisioterapeuta doida, insistindo em dizer que era a mãe do atleta.E ficamos em dúvida de quem era mais doido naquela enfermaria, se o gabriel por correr deitado ou se a Sarinha, que durmia de olhos abertos. E o sorriso dela, ainda escuto agora, enquanto imito ela, acordando com meus olhos bem fechados e vejo um rosto de anjo, a despeito de toda marca, um anjo marcado enfim, um anjo que marca principalmente.
A viagem continuou e a próxima estação foi uma enfermaria lotada de criança e de palhaço.Metidinha foi olhar pela janela e ficou colada no vidro, Dr Batatinha, solícito como é, foi ajudá-la a se descolar e acabou colado também.Quando finalmente ambos se soltaram, descobriram que tudo se tratava de uma enfermidade do vidro e que era contagiosa. Os dois pegaram a colagemia aguda e quando Dr. Batatinha tentou levantar Dra Metidinha do chão, ficaram colados em posição de bazuca, a bunda de um na no outro. Dr Cenoura, um pesquisador de curas, logo descobriu o antídoto para aquela doença, o bom e velho peido bunda a bunda, porque boca a boca seria muito nojento. Funcionou, Dra Metidinha ficou boa bem rapidim, deu tempo nem do Batatinha peidar. Acho que era psicosomático né!
Entre peidos e curas, recebemos uma chamada urgente da Mãe da Sara. Ela tinha tido um súbito acesso de raiva e tava saindo pra bater raio X ( pobre coitado. Consentimos né, um X é sempre um possível rival para um Y ). Mas antes disso queria que os palhaços cantassem parabéns pra ela. Lá estavamos nós dois(Metidinha e Batatinha), mostrando todo o nosso talento cantando parabéns em operetas, depois em rap e por fim em baladas melódicas. Não tinha velas de aniversário, mas tinha uma soprano pra ajudar a aniversariante entender que o mais importante não é apagar a luz com um sopro, mas fazer vibrar a esperança cantando a vida.
E eu ainda escuto o sorriso dela!!
Quando Dr. Batatinha foi embora e deixou pra trás os sorrisos que vagarosamente íam perdendo o volume, fez com que um som diferente ressoasse não mais nos ouvidos do palhaço, mas na alma dele. E eu ainda escuto o sorriso da Sara. E ele teve a sensação de que os palhaços podem até se perder um dos outros no início, mas eles sempre se encontram no final, num lugar chamado sorriso de criança.
Dr. Batatinha (Lucas Tavares)
quarta-feira, 26 de março de 2008
Para cuidar é preciso cativar ?!
Comentário do Comentáryo
Antes de qualquer coisa, agradecer e ficar feliz. Não é caso isolado as pessoas nos abraçarem agradecendo por nós existirmos. Sublinho que todas as vezes que fui abraçado por essa existência solidária, foi, em verdade, na minha outra forma de existir na faculdade, por trás de um nariz. Não é diferente o que Marcus Mazzo fez aqui. Ele nos abraçou em uma forma bem particular de existirmos aqui na web. O que contamos nessas páginas são experiências compartilhadas de nariz. São, por assim dizer, catotas. Os pés-no-chão diriam que aí está a grande falha de nosso projeto: não somos o que passamos ser de verdade, somos a mentira de um momento de palhaço. Uma opinião bem conforme àqueles que sempre dizem que "é brincadeirinha", quando querem dizer que "é de mentirinha", desconsiderando ter toda brincadeira um fundo de verdade.
Preciso falar sobre o momento. O Mazzo falou de “sorrir por alguns instantes”. O hospital passa dia e noite com os olhos acesos para que o doente melhore. E nós passamos alguns instantes. Qual a autoridade que nós temos para criticar os olhos eternamente acesos? O problema é que os olhos do hospital acendem como as lanternas dos médicos, para olhar uma só parte que às vezes querem nos convencer que é tudo o que importa. Vigiam eles a dor daquele momento. Para que a dor venha a ter só alguns instantes, o hospital trabalha todo tempo. Mas, que dor? Esquecemos que a dor tem muito mais de invisível do que podemos perceber. É com esse invisível que tentamos trabalhar. Não somos a substituição para os olhos, somos o que não é olho. Não somos a exaltação dos sentidos, esse método clínico tão querido que faz o homem engaiolar a doença (e o doente) dentro de um diagnóstico, somos o que não faz sentido. E bem que queríamos ser eternos dentro do hospital, mas eu me pergunto por que a palavra instante brilha na escrita de Mazzo, bem como na vontade daquele instante por muitos amigos nossos? É porque não somos eternos, mas inauguramos eternidades instantâneas no seio daquela enfadonha eternidade cotidiana. São como bolhinhas de sabão n’água.
- Para onde vão aqueles palhaços tão coloridos? Espocar no ar da graça daqueles pequenos!
Outra coisa, que até continua o que eu vinha dizendo, é que Mazzo faz uma metáfora muito mais parecida com a gente do que pode querer contradizer o “mas” dele. O hospital nos treina para sermos médicos de programas. O paciente é todo um encadeamento complexo de estruturas físicas (hard) geradoras de atributos aparentemente abstratos (soft) que por hora estão desequilibradas. A intervenção do especialista deve fazer retornar o equilíbrio possível máximo. Não quero denegrir os muitos colegas que fazem dessa profissão o sentido de suas vidas, mas é que a gente se enreda num sistema de afirmações que definem o que é a doença e não percebe que acabamos por definir o ser humano pelos mesmos referenciais.
Então, volto para a mentira que passamos ser. Felizmente eu nunca disse que era o Acerola. E vejo uma concordância dessa atitude em todos os meus companheiros. Quando chega aquela figura bizarra a quebrar tudo que parece tranqüilo, não é uma mentira que se espalha, é uma transcendência.
Quando Jesus interpretou o amor no mundo, veio grávido de um Reino que transcendia qualquer olhar humano. Muitos olhavam e não viam nada. E ele, louco, andava sobre águas. Com que pés? Com os pés no chão?
Quando Marx provocou guerras no mundo, só o conseguiu porque angariou pessoas suficientes para se engajar num projeto de um mundo que nunca existiu. Era mentira? Impossibilidade? Imaginação? Era a busca por um amor pelo outro que transcendia as lógicas de produção que regem o capital.
Não vivemos em um mundo só de individualismos. Mas também de fome do que nos transcenda.
É bem verdade que a busca pela nossa individuação foi uma conquista histórica fantástica. O respeito pela intimidade, pela privacidade, pelo corpo. Mas, com o médico-palhaço queremos propor um sentido de vida que seja mais do que esse cotidiano enfadonho material. Mascarado, ele não deixa de ser humano, mas bota pra fora uma transcendência que não deixa de ser íntima - aprendemos a guardá-la na intimidade. Retoma os não-olhos de um Reino cheio de amor e de alegria, fazendo do instante a revolução de todo um século, para distribuir a riqueza do tempo para o mais frágil dos seres humanos. Compartilhando a imaginação com a criança, ele faz daquele mundo impossível a presença de um futuro constante.
Não é que os abraços fossem falsos. Ou que eu não merecesse os abraços. Não abraçavam só a mim. É que esse projeto todo exala um perfume de sonho que a gente colhe de um outro tempo que deve ser cada vez mais próximo. Com o esforço amoroso dos homens e com a graça carinhosa de Deus! Abraçam a já existência do que só aos poucos tenta existir.
quinta-feira, 20 de março de 2008
Sobre a Ymaginação
"Quando a criança brinca, sua imaginação desfaz a percepção: todos os objetos, todas as pessoas e todos os lugares nada têm a ver com seu sentido percebido, mas remetem a outros sentidos, criam sentidos inexistentes ou presentificam o ausente."
"A imaginção pode criar um mundo irreal que julgamos melhor do que o nosso, a ponto de recursarmos viver neste para "viver" imaginariamente naquele, perdendo todo contato com o real."
"Quando o fazemos [irrealizar o mundo percebido para realizar o sonho] para criar um outro mundo ao qual os outros seres humanos também podem ter acesso, a imaginação passa do sonho à obra de arte. Quando o fazemos para criar um mundo só nosso e ao qual ninguém mais pode ter acesso, a imaginação passa do sonho à loucura."
Pergunto: O que o Y tem haver com a imaginação? (queria a participação de todos para a construção dessa postagem)
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Fim das Férias
Sabe aqueles dias em que a gente já pisa na sala com medo de visitar?? Sabe aqueles dias em que a cara branca, de uma maquiagem ainda incompleta, refletida no espelho não consegue mascarar o nosso sentimento, e nada mais vemos do que um rosto disforme?? Sabe aqueles dias em que nossa mão treme ao pegar o lápis só para fazer aquele traço tão simples que costumamos traçar inconscientemente??
É, fim das férias, depois de tanto tempo parado, será que o palhaço estar pronto para sair? O medo, tão constante em nossas visitas, está mais forte. O espelho nos assombra. Uma cara pintada. O silêncio. Buscamos uma força interna. E, ainda que receosos, encaramos nosso destino.
Subitamente, a explosão.As fortes correntes que nos prendiam, agora estão rompidas, jogadas para escanteio. É incrível, como o palhaço adormecido se liberta do nada. E com mais vida, mais ânimo, mais alegria. O hospital é contagiado. Uma onda de energia invade os leitos.
E sua felicidade transborda ao ouvir aqueles comentários tão repetidos. “Cadê vocês?”, “Por onde andavam?”, “Estavam sumidos, né?”, “Estamos com saudade”. Podem repetir, podem continuar a falar, nós também estávamos com saudade.
E o medo, modificou-se. Não é o fato de visitar que nos assombra mais, ou melhor, não tanto. O que nos assusta, é ficar, novamente, tanto tempo parado, deixar aquele ser que já se mistura a nossa personalidade, que aflora com na empolgação de um momento, o palhaço, dormindo. E que venham as aulas, QUE VENHAM AS VISITAS!!!
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Pra não dizer que não falamos de espynhos
- Para todos os palhaços que já foram recebidos com um não.
Para lamas do sucesso
- Para todos aqueles que não tiraram risos no momento que mais parecia propício.
Para peito
- Para todos os que sentiram-se preocupados em ferir suas crianças.
Para le le pi pe do
- Para os que só encontraram vazios.
Para raio
- Para quem teve suas notas rebaixadas por menos tempo de estudo.
Para béns!