segunda-feira, 7 de julho de 2014

Ofycyna: Tirem a chinela da porta do elevador!


Nossas oficinas de iniciação começaram. Oficina lembra aquele lugar de consertar as coisas. Consertar as pessoas que desaprenderam a ser um concerto, daqueles de instrumentos sonoros, não palavrórios. E ela se passa em um clima de brincadeira, quase como se não tivesse nada a aprender, mas só viver alguma coisa boa entre nós. Não! Ela, de fato, se passa como se não tivesse nada a aprender, mas apenas viver qualquer coisa boa entre nós.

Então, tudo se passa como se passar por debaixo de uma corda valesse menos do que estar passando com todo mundo, sob o sol, vendo a pipa, o avião, a borboleta, o paspalhão, queimando os pés, tirando a camisa, colocando de novo.

Tomando fôlego e Tecendo nova estratégia.

Retomando tudo para passar sob a corda que gira de novo e de novo, pulando um pulo a mais em cada nível, mas para ao final, descobrir que pouco importa o fim. Não mais do que os pés sujos e as poesias compartilhadas.

Quem diria que aquele palhaço faz poesia sobre a holandesa do amor eterno? Quem diria que aquela menina carrega nos olhos um jardim de algumas flores alumiadas?

Eu não diria. E pouco importa se vi. Mais valeu ter sentido tudo isso descer pela minha garganta e arrotar tudo aqui.

Jogos principais: 1. Zé porrada (se falar o meu nome eu toco em alguém, se me tocar eu falo um nome); 2. Pular de corda em conjunto (atravessar a corda em cinco níveis). Vejam que são coisas bobas, simples. Como é que pode isso durar quatro horas que ficam para sempre?

P.S.: Falas que foram importantes nesse dia que eu esqueci de registrar: 

  • "O importante do elevador não é bem ele subir ou descer, mas ele fluir". 
  • "E se você pensar bem, parece que ele é limitado só por subir e descer, mas, vejam, ele abre sempre a porta para vc sair!". 
  • "Eu entendi o que vc disse, mas eu não sei expressar o que estou sentindo aqui!". 
  • "Estou me sentindo estranho (após ter lido um texto das próprias entranhas que até então três pessoas apenas haviam tido acesso)". 
  • "Tem abstrações que eu até consigo fazer, mas essa dos feijões misturados com os ouvidos, não deu". 
  • "Resumir não é limitar mas colocar o todo de um ser em uma palavra"
  • "Quando acabar [e você estiver um lixo, um trapo, quase nada] o que sobrar de você vai ser o seu nível cinco de você mesmo [é que o que há no abismo vai começar a poder sair]."

2 comentários:

Mayko Vasconcelos disse...

Resumido, mas não limitado. :o)

Silvia Gurgel disse...

"E a chinela já não se encontra mais lá" T. Toddynhos/todinhos