Era chegada a hora. Era? Não sei! Qual a hora certa mesmo?! Eu juro, estava com
tudo pronto, tudo arquitetado na minha cabeça! O nome, as roupas, o jeito, as
falas e tudo que um palhaço tem direito. Eu havia pensado com bastante calma...
pronto, era isso! Era, não foi. E a culpa não foi das estrelas, foi minha
mesmo, pensei muito, senti pouco. Ouvi falar que o palhaço precisava acreditar
no que queria passar, aquilo me inquietou a mente. Fui então buscar ajuda de um
grande mestre, não obtive resposta. Talvez, a resposta tinha que vir aqui de
dentro, afinal a “bomba” estava em minhas mãos, prestes a explodir. Perguntei a
um amigo Toddynho sabor Caju e ele disse que eu precisava sentir que era de
verdade, que era real, por mais absurdo/abstrato que fosse. Ok, a Xiva seria uma super-heroína, com direito a capa e
acessórios, queria ter todos os super poderes, não tinha nenhum, perfeito, mas a Xiva
foi ficando pesada, não se sentia super-heroína, precisava desesperadamente
sentir pra ser, ser pra sentir, alguém me ajuda?!
No dia do visytão, já
não tinha mais nada, só a mim mesma. Foi aí que encontrei uma grande palhaça,
que me fez rir e sentir com facilidade. Ela tinha uma “malamágyca” cheia de
coisas perfeitas para palhaços com medo, sem freio, tempero, recheio ou em
desespero (no meu caso era tudo junto mesmo). Insistia em olhar para um vestido
vermelho “meio” vinho que estava bem evidente, era novo, mas tinha cara de
antigo, meu fascínio por coisas antigas apitou e....
- Não paro de olhar
pra esse vestido, posso usar?
- Claro que pode!
-E essas meias? Essa
leg também? Gostei desse chapéu!
Não lembro o que a palhaça sabida respondeu, mas foi algo
positivo. Algumas coisas a mais, outras a menos, a senhora xyvva estava
chegando! Ouvi que estava parecida com uma mãe, de fato, boa parte da minha
essência é essa, ufa.
Foi dada a largada, olhava para cima, respirava fundo e
pensava: “calma, lembra da fila, pular junto, ocupar espaço, estímulos, tríade,
sim pro jogo, pensa, não pensa, separa da realidade ou não?!” Então, vejo uma
menininha que pouco conseguia dizer seu nome, mas seu corpo todo falava por ela,
imediatamente, ela se inclinou um pouco para nos ver. Que olhos expressivos e
lindos ela tinha, impossível não lembrar os olhos de uma certa Maria que
encanta meus dias. Aii, esqueci tudo (como se eu lembrasse de alguma coisa)!
“pera, é...vai você consegue! Pula, salta, joga o cabelo, corre, fala alguma
coisa!”, só consegui dizer o quanto ela era linda, mostrei o porco sabido que andava comigo e ela sorriu.
O jogo não parou por ali, continuou por um bom tempo. Vi um pequeno menininho
que adorava soltar bolha, esbarrei na menina sapeca que tinha espelho mágico,
encontrei uma princesa que adorava a branca de neve. Entrei em um quarto cheio
de crianças grandes, trilhando o caminho de sua adolescência, no auge da
juventude (xyvva é velha..), que medo! Disseram ter visto a Xyvva no 190, “muito bem, obrigada, mas acho que
você confundiu o canal”, no fim a Xyvva
tirou foto e ganhou abraço!! Fui correndo pra outro espaço, quer dizer,
a Xyvva. Ou era eu? Não sei. Cantamos Dora, Frozen e quando nos demos conta já
era hora de ir. "Diz a lenda que quando o sol se põe o palhaço vira vento!" disse o Dr. Noya/pixilinga enquanto a Dra. Mysqui concordava, "e mais, ele tem que andar de jumento comendo
cimento, nããão!" Xyvva completou. Tínhamos que correr bem rápido antes que o
sol dormisse, questão de vida ou vento! “Filha, você tem que tomar banho” disse
uma mãe, aquilo soou tão familiar. “As princesas mais belas do reino encantado,
tomam banho todos os dias sabia?!” Disse a Xyvva, já agachada olhando o belo
semblante daquela menina, ela sorriu e correu, queria tomar banho. O sol estava
indo embora e junto com ele, todos os
palhaços, Xyvva sabia que precisava ir
também e foi. E tudo já não era mais o
que eu pensava que seria, foi outra coisa. Não era, foi.
Dra. Xyvva (“x” de xixi, “y” de..é..hum..Y!, “v” de vai, “v”
de volta pra “a” de araraquara)
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