quinta-feira, 16 de julho de 2015

Nossa nova dynastya

Anualmente temos a sucessão dos cargos de liderança. Acredito que o caminho natural de um futuro líder nosso é o de (1) persistir no projeto (2) de forma ativa (3) com voz cada vez mais presente. Não tinha ideia quanto tempo levava para se conseguir isso - há alguma cartilha que diga? Imaginava que seria necessário talvez mais de um ano. Mas, a nossa mais nova dinastia mostrou que trezentos e sessenta e cinco dias é mais do que suficiente para gerar sangue nobry nas veyas. 

Vejam só, a nossa nova rainha é uma garota de um ano atrás que, quando os novatos mais artistas e viajantes ficavam contando suas experiências místicas e psicológicas dentro dos jogos de palhaços que íamos convidando a participarem, ela dizia que sentia muito, mas não sentia a mesma coisa que aquele povo. 

Sempre fico receoso com as pessoas que não falam tanto sobre suas experiências internas. Tolice minha. Gostaria de ver nascer neles o que sou: um cara extremamente tagarela sobre meus processos viscerais. Mas, vim sendo essa coruja que fica na sombra do projeto, olhos arregalados bisbilhotando-os. Eis que vejo a moça não-viajante crescer. Talvez vivenciando um primeiro semestre que nem foi tão importante para ela, mas abraçando um segundo semestre em que sua voz espalhava força gradativamente. 

Quase agora, quis ela re-experienciar a oficina de iniciação para os novatos. A mesma de há um ano. Então, ressignificou todo aquele processo e viu o quanto tudo fazia mais sentido. Não esteve presente como uma facilitadora. Com uma bonita humildade, esteve junto com todos os outros, feito todos os outros. Então, lembrei-me da fala de uma ex-líder nossa, a Gaby, que tive o prazer de entrevistar:


A gente percebia que os melhores integrantes (2006-2008?) eram aqueles que mais amavam estar ali, os que mais se dedicavam, e muitas vezes não eram os que eram engraçados, os que faziam as melhores piadas, e tudo. E nem sempre esses mais engraçados eram o que as crianças mais gostavam. Era estar ali, com o desejo de querer ajudar, era o seu... o amar estar ali. Era assim que a coisa fluía durante as visitas, e não só nas visitas, pois o nosso projeto ia além da visita em si. 

Gaby não se achava uma palhaça engraçada, nossa adorável Dra. Marmota. Bem, a vi crescer no palhaço. Eu a achava. Acredito que Ana Flávia tenha a mesma percepção de si: sem graça. Na verdade, ri muito de suas atitudes na nossa recente oficina. De qualquer forma, ela está perfeitamente encontrada nesta fala da Gaby - abstração feita da graça (se ela quiser que polemize isso) - no que tange o estar aquy, presente, ativa, falante, vibrante. O que ela veio se tornando até se tornar nossa lyder. 

O que vi nesta oficina foi de uma grandeza ímpar: descer ao nível dos iniciantes para enxergar as alturas do que já percorreu; voltar ao passado para divisar o futuro que lhe espera e que vinha nebuloso. É assim que uma plebéya se torna raynha. 



Allan Denizard (Dr. Acerola)


Um comentário:

Mayko (Caju) disse...

khaleesi