sábado, 4 de julho de 2015

São tempos de crise

Acho que estou em crise, na verdade, pra variar, estou confusa. Bem-vinda ao Y. Quando comecei o curso de psicologia ouvi inúmeras vezes que eu entraria em crise em algum ponto do curso, naquelas crises de existência que parece que o pessoal aumenta só pra piorar o frio na barriga de ser caloura, "mas essa crise vem lá pro quinto semestre só, relaxa". Relaxa. Dessa última vez foi meu aviso pra mim mesma quando disseram "BRAGATUKI" - tradução: fecha os olhos e passa pela corda -. Não quero, não quero, não quero. Fechei e fui. Hoje, meu alívio de ficar de olhos abertos deu espaço pra uma crise: preciso fechar os olhos mais vezes. Achei que a crise viria no meio das mil psicologias que existem e ela veio no meio da área de saúde, com suas medicinas e odontologias, com os músculos que eu não faço ideia dos nomes, mas na brincadeira eu decidi ser a médica, logo, esse músculo virou osso (e, sério, ainda não sei falar o nome daquilo). Quando a cidade acorda pra se mexer da forma que tiver vontade, pra pular tentando encontrar sintonia, não ser líder nem seguidor, que tal sermos um só. Deparamos-nos com o soumos. É necessário olhar nos olhos, mas também é necessário fechar os olhos e "valha, eu fui de olho fechado mesmo". Risos. O que causou esse riso? Discorra sobre. Foi a quebra de expectativa... Ops... O inesperado... Não, pera... Foi o ponto do soumos, talvez. Foi o curtir do meu eu, com o que me pertence e aquilo que não me pertence e que também sou eu, e o curtir do nós, que nos faz humanos e conectados. Mas conectados em que frequência? Talvez todos de uma vez, talvez de dois em dois ou três ou mais... Ir por sentir que a outra pessoa vai andar, por supor que o outro vai, por esperar que alguém siga, por uma força que nos empurra, por algo que enche e depois de cheio damos o primeiro passo ou pela minha simples vontade de ir. Tem coisa que é difícil de explicar. Parece um discurso meio louco? Juro que não veio de um estudante do CH! Temos todos o direito e a beleza de "viajar" e acrescentar ao outro. Inclusive acrescentar uma venda metafórica e totalmente voluntária nos olhos, se for pra fazer sentir mais esse soumos (sou+somos).

2 comentários:

Mayko Vasconcelos disse...

Fechar os olhos pra curtir mais o Eu. Fechar os olhos pra curtir mais o nós".

Louco? Viagem?
Pra mim parece um discurso completamente são! Devo estar vendado, também...

...

Que ótimo!

Obrigado, Rafa <3

Allan Denizard disse...

Rafa, sabe, eu fico lambendo as lembranças de nossos dias e tentando enxergar na liga metálica de nossas palavras o que diabos vcs estão sentindo com tudo aquilo. Faço questão de escrever pra ver se aquele texto serve de bola de cristal. Mas, só encontro sombras do que poderia. Então, vem um texto desse seu e eu me percebo que não é nada disso, porque é mais um pouco, e um pouco mais. É reencontro na ordem do ine...vitável.