segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Não sei criar título

Eu sou ansiosa e eu penso demais. Algumas poucas vezes meu cérebro me dá uma folga e eu consigo ignorar a coisa até que ela aconteça. Essa foi uma dessas vezes. Só fui me dar conta de verdade que ia visitar quando eu tava tentando entrar na minha legging verde e decidir qual ia ser a cor da minha sombra. E aí vieram várias coisas de uma vez, e vários cenários que tudo poderia dar terrivelmente errado e como eu seria a pior palhaça da história do Y. Mas aí colocaram música e tava todo mundo conversando e rindo, começou a fluir uma energia e eu resolvi seguir o conselho muito sábio que me deram “é só não pensar muito”. E foi uma das poucas vezes que eu consegui. A visita toda foi uma experiência quase extracorpórea, em que eu tirei todos os mil filtros que eu carrego e me deixei falar a primeira coisa que vinha na cabeça. Achei uma sala de seres fantásticos, cantei a música da baleia que ninguém conhecia, insisti com um menino mudo, e tentei convencer todos de que o cabelo mais lindo era uma peruca. Ganhei um chapéu e um beijo, ganhei um makeover e uma amiga nova e tive no colo a criaturinha mais preciosa. Queria cuidar de todo mundo, queria abraçar todos ao mesmo tempo. Quis muito tirá-los dali. Mas tanto foge do nosso controle e embora eu ainda não aceite muito bem, tô aprendendo a lidar. Eu deixei um pedacinho de mim e venho trazendo alguns  pedacinhos que eu peguei. No fim, eu já meio cansada, encontrei carinhas com olhos brilhando e uma euforia que me contagiou.  Ver aquelas pessoas que desde o primeiro momento eu gostei tanto, carregando em si um sol de de amor e alegria me fez um bem que vou guardar comigo por um bom tempo. Nunca imaginei que viveria algo assim, e agora não consigo imaginar como seria não viver.

Ana 

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